quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Capítulo XIII:Os “Ajudadores” ou Relação Cura/Curadores

Nem sempre existe uma afinidade entre aqueles que buscam ajuda e os que se propõem ajudar. Na minha experiência de médico, vejo que não existe método, linha de atuação, regras ou exames objetivos que sejam 100% eficazes ou infalíveis. Ao contrário, nenhuma postura médica/psicoterapêutica/religiosa pode garantir eficácia para todos os que buscam esses “ajudadores”. Cada pessoa responde de forma única e individual aos métodos científicos e às técnicas de ajuda.
Na relação com o médico, terapeuta ou curador, o ser humano em sofrimento depende de inúmeras e surpreendentes variáveis na busca pela cura. São condições básicas para o êxito a empatia, a confiança e a fé. Mas há outros ângulos que devem ser observados. Deve haver uma boa comunicação entre as partes, além de coerência, disciplina e vontade de melhorar. Muita responsabilidade, humildade e perseverança para atravessar as fases difíceis, principalmente a fase de adaptação aos remédios ou períodos normais de recaídas durante o tratamento.
Nenhum curador é milagroso ou infalível. Nunca se pode esperar que pessoas tão diferentes em temperamento, cultura, família ou raça obtenham resultados semelhantes. Assim, opiniões do tipo “se eu fosse você, faria assim ou assado” não são oportunas e podem comprometer o processo de cura.
Cada pessoa responde a um tratamento ou a um profissional de forma única. Cada um dos pacientes é único e, como tal, tem seu ritmo próprio, sua forma individual de reagir à medicação, à abordagem psicoterapêutica, à aliança e relação médico/paciente.
Aprendi também que existem pessoas com grande capacidade de cura e não são profissionais de saúde: curam com palavras, presença, oração, carisma.

Um comentário:

  1. Gostei. Acompanho sempre as informações publicadas aqui e aprendo muito. Parabéns pela profissão e pelo trabalho.

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