domingo, 30 de maio de 2010

Pais desanimados e amedrontados, professores apavorados, profissionais de saúde impotentes: o crack venceu!

Coluna Dr.Eduardo Aquino para o Jornal Super Notícia de Belo Horizonte – MG do dia 30/05/2010.

Caso 1:
Criança de classe média inicia aos 8 anos o uso de bebida escondido com colegas de turma, em tarde de "sexualidade virtual explicita" nos sites pornográficos da internet. Aos 9, já usava maconha, matava aulas e, após apanhar, xingar pais, virar noites na rua, fuma o "crack" pela primeira vez. Hoje, aos 11 anos, com a sétima internação em Centros de Reeducação, oito boletins de roubo, tentativa de homicídios (agressão grave ao avô - o único que ainda tentava ajudá-lo e impor limite) já é um "monstro" que assombra a pequena cidade que mora. Nada teme, nada se arrepende, nada respeita. Acabará matando ou morrendo!

Caso 2:
Menina de 15 anos, dois abortos provocados, o primeiro aos 11 anos, o segundo aos 13, prostitui-se desde os 10, e usa oito "pedras" por dia; pai apanha da filha, é atacado por gilete e o Conselho Tutelar a interna num "abrigo" onde ela pratica sexo grupal com oito menores abandonados e vicia todos eles, que se tornam sua "gangue".

Adianta prender filhos em casa?! Não!!! Adianta achar que bons colégios, convívio apenas com "priminhos", colegas de rua que cresceram juntos garante segurança?! Não!!! Todos nossos filhos terão acesso a qualquer droga!!! E não é mais o "pipoqueiro de frente ao colégio" ou a "balinha" que o adulto dá de graça. Chegará até a sua casa via "crianças, primos, parentes" que você nunca imaginaria! Pergunto aos adultos em geral: Vocês preparam seus filhos e alunos para dizer "NÃO!" à inevitável oferta de qualquer das drogas disponíveis: bebida, cigarro, maconha, cocaína, crack, LSD, ecstasy e outras? Quais os argumentos usar?

Afinal, droga, sexo, violência, morte, assassinatos, suicídios, viraram coisas tão banais que passou a ser rotina nos noticiários, jornais, rádios, internet. E sempre ocorre com o vizinho, o primo, "os outros". Até o dia que o "inferno" bater à sua porta! Não escolhe classe social, credo ou raça. É a "epidemia do mal", em que não adianta orar, ser do "bem", trabalhador, honesto. Nosso pecado é a omissão, o medo, a falta de autoridade e, principalmente, a ausência de diálogos entre os atuais adultos e jovens: duas gerações divorciadas, litigadas com uma cada vez mais graves e profunda "incompatibilidade de valores, ética, respeito, comunicação". Falta afeto, amor, admiração mútua. Jovens, adolescentes e crianças, não percebem o grande valor da sabedoria - que nem escola nem faculdades os ensinarão que só a vida, sofrida, de quem caiu e levantou toda uma vida, ou seja, os pais e professores legam durante séculos e séculos de avô para pai, de pai para filho.

Sim, havia exageros: surra de vara, de cinta, de palmatória nas mãos. Mas e hoje, que punir alunos e filhos (e não digo a violência, pois esta será sempre detestável) é "crime"; como vivenciei numa escola, em que um aluno roubou celulares, desacatou diretora, depredou a sala e ao ser suspenso sete dias teve pais irados xingando os professores, Conselho Tutelar e Secretaria de Educação notificando a professora, a supervisora e a diretora que passaram a responder sindicância!!! Puniram as autoridades escolares!!! E o aluno? "Lugar de aluno é na escola" como diz o ECA e defensores da criança e adolescência (que fazem grande trabalho no que diz respeito à pedofilia, agressões e estupro de menores entre outros horrores, infelizmente cada vez mais comuns no dia a dia), mas que estão totalmente contra o bom senso nas comunidades escolares.

Assim, esse "tal aluno marginal" retorna no dia seguinte "cheio de moral" para se tornar um líder negativo, que confrontou e venceu a "luta" com os professores e autoridades adultas e ganhando a turma ao impor na comunidade a falta de limite, falta de educação, falta de respeito, falta de honestidade pessoal. Está criado um novo ser: o aluno rebelde, sociapata, usuário de drogas, furtos, homicídios, sei lá mais o que! Admirado pela maioria silenciosa de alunos e colegas e contaminando o bom futuro dos passivos colegas.
Como reverter isso? Na próxima semana, o tema é estímulo e resposta.

sábado, 29 de maio de 2010

As surras ajudam mesmo na educação dos filhos?



Infelizmente, muitos pais ainda acham que o medo, a dor e a tortura são mecanismos eficientes para educar filhos. É fundamental, como pai, estabelecer uma relação de punição com os filhos como forma de eles saberem que cometeram um ato indevido; mas a melhor punição não pela dor, tortura, medo ou chantagem emocional, e, sim, pelo merecimento. Ou seja , quando o filho merece, ele tem o que deseja: quando não merece, tira-se dele o que é prazeroso.
Por exemplo: quando o filho gosta de filme de Walt Disney e não obedeceu a uma ordem dada pelo pai ou mãe, chama-se esse filho e diz que ele não merece assistir ao filme. Como castigo ou punição, vai ficar sem ver o filme. E deve-se dizer mais, mostrando que o pai e a mãe não gostam de castigar, mas que toda vez que o filho não merecer, que desobedecer, vai ser privado de alguma satisfação ou prazer.
Ele, um dia, entenderá que tudo nessa vida é obtido pelo mérito, quando se age no sentido de construir, e não reagir, no sentido de destruir. Existem boas punições, aquelas que educam e conscientizam, dando um bom alicerce ao filho. Bater é ignorância. Um tapinha, até pode acontecer, mas a melhor forma de entendimento e crescimento é pelo merecimento, porque o merecimento não nos faz sentir pena nem dó, e não implica chantagem emocional. Quem merece tem. Quem não merece deixa de ter.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Pais muitos bravos, que não deixam o filho fazer nada, prejudicam esse filho?



Discordo dos pais repressores e bravos demais. Quanto menor o grau de informação, quanto maior a insegurança dos pais, maior também a braveza e a incompreensão. Quanto mais se é reprimido, maiores são as chances de não se saber como agir e usufruir a liberdade.
Tudo nesta vida passa pelo diálogo, por apontar o bom e o mau caminho. Cada um dos filhos vai seguir seu próprio caminho e, seguindo as orientações dos pais, saberá definir, por seu próprio arbítrio, que é bom ou ruim para si mesmo. Cada um é autor do próprio personagem.
É preciso que os pais confiem nos filhos, nos diálogos, nos conceitos e mensagens que passam para eles. Temos de ser amigos e companheiros de nossos filhos, para que eles dêem certo na vida. Não adianta defendê-los do mundo, criando-os numa redoma. Isso não é educar, é negar informação. Um dia, os filhos vão se confrontar com o mundo como ele é, com o lado bom e o lado perverso.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

O que fazer diante de pais que não dialogam, que só brigam? Como estabelecer o diálogo com eles?


É muito mais fácil os jovens serem o instrumento da busca de um ambiente melhor e de um diálogo mais profundo. Em vez de ficar reivindicando, achando que os pais não conversam, é melhor que os filhos tomem a iniciativa de estabelecer a conversa. Chame seu pai e diga: “Eu não preciso apenas de uma boa escola e de uma boa roupa. Preciso de você ao meu lado. Eu te amo, pai. Gosto de você e o respeito, e gostaria de ter mais tempo, diálogo e sinceridade com você. Estou carente de diálogo de você para mim. Vamos começar uma outra proposta de vida”. Se for difícil fazer o pai escutar, escreva para ele, pois o importante é que o pai seja sensibilizado para mudar seu perfil.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Como lidar com os pais materialistas, que só pensam em ganhar dinheiro em prejuízo do relacionamento com os filhos?



É uma pena que as pessoas pensem que a melhor coisa da vida é o dinheiro. Não há dúvida de que o dinheiro é uma necessidade na sociedade moderna e capitalista, mas ele tem de ser uma conseqüência, e não uma motivação da vida. Tem de vir com nosso talento na profissão. O que adianta o dinheiro e o poder, se não se é feliz, se não se tem paz interior? O dinheiro é uma forma de obter as coisas. É importante ter patrimônio, mas também saber curtir e usufruir a vida. Geralmente, as pessoas que só dão ênfase ao dinheiro são infelizes nas relações afetivas, conjugais, com os filhos e no emprego, ficando viciadas em ganhar dinheiro. Acredito que um dos piores vícios na vida é o de ganhar dinheiro e obter mais poder em detrimento da felicidade, do afeto e do amor.
Caberia, pois, aos filhos, sensibilizar esses pais, dizendo que mais importante que o conforto material é o conforto afetivo, o tempo para um papo, para o lazer. Dizer da carência principal que existe: a de sentimentos, de afetos. Cartas de filhos para pais costumam dar bons resultados. Deve-se também buscar uma linguagem não-verbal: carinhos, abraços. Presentear com livros que abordam temas como vício de trabalho, a ilusão materialista, etc...
O dinheiro é para ser dividido, compartilhado. A melhor coisa do mundo é ter a sabedoria e o bom senso para libertar-se da luta pelo dinheiro, para preservar a relação que é eterna: o afeto, o amor e o carinho. Essa é uma herança que não se perde. Mesmo quando a vida acaba, a relação do afeto continua, por ser eterna em nossos cérebros e corações.
Sábios são aqueles que conseguem ganhar dinheiro e ainda ter uma relação legal com filhos, esposa, amigos, e com os empregados, os colegas de trabalho. Felizes são aqueles que fazem do dinheiro apenas uma forma de melhorar as relações, o amor e o afeto.

domingo, 23 de maio de 2010

URGENTE: JOVENS NASCIDOS NA INTERNET SÃO CONSIDERADOS “GERAÇÃO PERDIDA Y” (NASCIDOS NOS ANOS 80 E 90):

Coluna Dr. Eduardo Aquino para o Jornal Super Notícia de Belo Horizonte - MG - do dia 23/05/2010.

COMO A TECNOLOGIA CRIOU OS “PREDADORES”, CIBERBULYNGS, PSICOPAPTAS SEXUAIS E ATÉ SUICIDAS!!!

Nota do colunista: Estava com uma coluna pronta com outro conteúdo até assistir quarta a noite(19/05/2010) ao GNT o documentário “Geração Internet”. Foi tão chocante que escrevi esta nova coluna.
Quem me acompanha neste espaço aos domingos (que me emociona muito ao saber são milhares de amigos e leitores e não só de Minas, graças exatamente ao site do O Tempo e Super Notícia), sabe que em outros artigos nas quais abordei o tema INTERNET (nada contra a REDE), muito antes pelo contrário, já que ninguém a esta altura vai criar “roda quadrada”. Os multimeios: Celulares, PC, Laptops, e outros, podem ser uma arma terrível, mortal, doentia, como pode ser a “salvação” para quem faz o uso correto da internet como INSTRUMENTO que alavanca o mundo seja no comercio, na industria , agronegócio, prestação de serviço, ambiente escolar e de trabalho.
Mas como sempre advogo: Deus não criou adjetivos e sim substantivos! “Eis o Sol” e não adianta o ser humano chamá-lo de “bom sol” ou de “desgraça de sol”, caso ele falte, a planta não cresce, e se ele for demasiado mata a planta! Ou ENERGIA ATOMICA: se virar bomba mata 800.000 japoneses, se for combustível na usina de Angra dos Reis, ilumina 4.000.000 de cariocas! Assim acontece com a internet se for instrumento de agilizar as comunicações humanas é um “bálsamo”. Viciou, criou dependência, mudou o caráter das pessoas é UMA DROGA!!!
Daí meu choque ao assistir ao documentário, sugiro que acessem o GNT ,doc, Geração Internet e vou resumir:
1- TECNOFILIA: Vício grave onde crianças, pré adolescentes, adolescentes e até adultos se torman DEPENDENTES se ficam mais de 2 horas por dia diante de telas e desenvolvem uma ABSTINÊNCIA grave ao se “desconectarem” ou serem privados dos eletrônicos. E desenvolvem TOLERÂNCIA. O que ocorre também no alcoolismo, cocaína, maconha, crack e similares!!! As substancias químicas cerebrais que se alterou são as mesmas: Serotonina, Dopamina, Noradrenalina.
2- CYIBERBULYNG: Não bastasse aos bulyng (apelido depreciativos, insultos, perseguições a vitimas e escluidos em escolas e turmas) agora usa-se Orkut, Myspace, FacebooK com severas ofensas, difamações com imenso prejuízo para as escolas, empresas, comunidades e ate cidades pequenas onde “fofocoterapias irreais” e graves, traições conjugais , depreciação profissional, falsos roubos, homossexualidades forjadas por mentirosos virtuais e acobertados pela covardia do “anonimato virtual”. Uma ingenuidade!!! Pois hoje há policia, justiça e leis severas para crimes virtuais ! lembrem-se “marginais virtuais” , na internet não existe nem privacidade, cuidado meninas que fazem strip virtuais nem esconderijo possível.!
3- “PREDADORES VIRTUAIS” : literalmente são caçadores de vitimas em geral belas meninas, ou jovens homossexuais ou crianças indefesas com pedófilos sutis. O predador vai asfixiando suas vitimas com calunias montagens de fotos, photosop, assedio sexual grave baseado em fatos virtuais depreciativos que “ espalha “ nas redes sócias.
4- CYBERSTRIPPER: Jovens meninas, meninos novos de 7 A 16 anos em media, ao se apaixonar por um namorado virtual ou após consumo de bebidas ou drogas, usam as webcam, para se despir, masturbar, simular ato sexual. Em pouco tempo são “expostos e humilhados” nos a “YOU-TUBE da vida”. Prejuízo para o resto da vida (na escola, faculdades, futuros trabalhos), pois sempre terá sua intimidade violada e sujeita a censura pública.
5- MARGINALIDADE EM REDE: Adolescentes combinam brigas, espancamentos e ações psicopaticas. No documentário centenas de alunos de um colégio de alta classe, combinam de ir a um show de musica e beber o máximo que pudessem para embriagar, tudo filmado para ir para You-Tube resultado: 3 hospitais de Manhatan (em Nova Yorque) interditados para atender comas alcoólicos enquanto doentes graves em emergências resultaram em morte por falta de leitos e profissionais de saúde devido a sobrecarga de atendimento aos Jovens bêbados e drogados. O trem suburbano que os levaram de volta ao seu rico bairro, todo vomitado, depredado e isso sendo enviado ao vivo pela internet!!
6- SUICIDAS VIRTUAIS: Jovens infelizes, depressivos, com pais complicados, vitimas de bulyng ou ameaças de agressões reais em escolas, criam comunidades que ensinam se matar de forma “light”, sem dor, sem culpa!!

Então Pais e professores vocês sabiam sobre isso Filho trancado no quarto, e alunos com laptops fingindo fazer as tarefas e com namoros , sexos e outras promiscuidades, que num leve toque no teclado “desaparece” e volta a tela ingênua ou educacional.
Na próxima semana: O que fazer?


sábado, 22 de maio de 2010

Como manter um relacionamento legal e amigo com os pais?


Complementando a resposta anterior, ter um relacionamento legal é querer sempre ao nosso lado as pessoas de quem a gente gosta. No meu dia-a-dia, escutando pais e filhos, vejo como existem famílias com bons potenciais que se perdem em brigas e discussões, com mau humor e falta de compreensão entre seus membros. É importante ser mais do que irmãos. É importante que os irmãos sejam amigos, que os pais e mães sejam amigos dos filhos. Família é a grande base que nos ajuda e nos apóia pela vida inteira. Somente famílias saudáveis criam pessoas saudáveis. Famílias com relacionamento ruim vão criar pessoas que terão dificuldades diante da vida, criadas sem o maior nutriente do relacionamento humano – o afeto.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Como nos transformar em amigos de nossos pais?



O relacionamento de amizade, companheirismo e intimidade deve ser motivado pelos filhos, num primeiro momento. Existe uma dificuldade grande na relação pai e filho. A atual geração de pais foi educada de maneira diferente da nossa. Os pais antigos tinham uma relação de medo com seus pais, com a Igreja e a cultura. A educação se dava basicamente por imposição de normas e medo de transgredi-las.
Hoje, os jovens querem diálogo, querem falar de igual para igual. A relação pai e filho tem de ser substituída pela relação amigo e amigo. Cabe aos jovens, que têm cabeça mais aberta, menos preconceitos e vontade de melhorar a relação,buscar essa melhora demonstrando interesse, carinho, respeito e amor pelos pais.
Por meio de palestras, livros e dicas, começamos a questionar, com os jovens e os pais, o que vem a ser uma relação afetiva, e para isso perguntamos: o que é importante? Seria preocupar-se com o futuro dos filhos, trabalhar e ganhar dinheiro? Ou será importante o diálogo, a troca de informações e de experiências? Ou ambas as questões? Jovens bem informados deveriam ajudar os pais a sair de um mundo ruim, cheio de preocupações e deveres – com ênfase no material a fim de suprir os filhos com uma boa escola, uma boa alimentação e moradia – mas em prejuízo do investimento no relacionamento.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

De onde tirar a felicidade, o amor e a compreensão, se não há amizade com os pais?



A amizade é fruto do tempo que se investe na relação, da vontade de ter uma linguagem de afeto. É o carinho, a atenção. É reservar tempo para os filhos e para que esses filhos também me ajudem, convocando-me para uma conversa, para um papo, para mostrar seu sucesso, para falar de seu namoro, para falar de um esporte, para praticar esporte junto comigo. Pais e filhos têm de se redescobrir por que, ambos os lados, tanto pais quanto filhos, estão carentes de felicidade, de amor e de compreensão.
A busca do bem-estar, do amor e da felicidade é um caminho pessoal. Cada um de nós deve ser agente da própria felicidade. Deve buscar ser um realizador de seus sonhos, de suas metas, descobrir o prazer, seu potencial, seu dom e seu talento. Toda pessoa que houver conseguido alcançar essa felicidade e amor vai, inevitavelmente, querer compartilhar essa conquista.
Então, a gente não pode ficar esperando um ambiente bom, de amizade em casa, como fator primordial, para depois querer ser feliz, amar, compreender e ser compreendido. Cabe a nós, num primeiro momento, desenvolver, em nós mesmos, a capacidade de amar e de ser feliz; e num segundo momento, querer dividir, investir na relação de amizade, para que nossos pais também possam partilhar conosco desse crescimento e amadurecimento.
Compreender é trocar de lado. Se estamos compreensivos, trocamos de lado com nossos pais, e compreendemos a dificuldade deles. Muitas vezes, eles não foram estimulados a buscar uma vida com maior prazer, com maior questionamento de valores e ideais como a gente é, hoje em dia. Antigamente, os jovens não podiam sequer questionar seus pais. Tudo era feito na base da força, da obrigação e da culpa. Havia a noção de céu e inferno, havia às vezes, uma religião extremamente autoritária, impedindo uma relação mais amiga entre pais e filhos. E se pudermos compreender a dificuldade deles, nós nos tornaremos, então, pessoas mais qualificadas a tentar trazê-los para um mundo leve, com mais prazer e menos obrigações.
Nós, as pessoas jovens, somos aquelas que têm maior capacidade de compreensão, de troca de lado e de mudança nas relações de pais e filhos. Ao invés de esperarmos os pais chegarem até nós vamos até eles, em busca de diálogo, amor, compreensão e carinho.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Qual o melhor caminho para melhorar o relacionamento com a família?



O mundo está passando por uma fase de muita transformação social, política, econômica, cultural, religiosa. Este é um período extremamente conturbado, de muito conflito, de muita desconfiança, de muita tensão nas relações, quaisquer que sejam elas.
Então, notamos que, às vezes, a família é que vais ser atingida; por exemplo, um pai que esteja mal em seu trabalho, fazendo aquilo de que não gosta, ou que seja mal remunerado, fica mal-humorado, insatisfeito e, muitas vezes, vai desaguar a insatisfação dentro de casa.
Uma mãe que está dividida entre os cuidados com seus filhos, a necessidade de ajudar o marido, em termos de renda ou de trabalho, pode ter um alto nível de cansaço, de sentimento de culpa e de insatisfação, tendendo a jogar isso dentro de casa.
Os filhos, muitas vezes, acham o estudo um saco e estudam por obrigação. Têm uma série de questionamentos com relação ao mundo dos adultos, ao mundo dos pais, Acabam jogando dentro da família essas suas insatisfações.
Então, percebemos que os relacionamentos familiares estão tensos, porque têm sido atingidos por uma insatisfação entre todos os membros da família. Um dos caminhos para tentar melhorar essa relação é essa família se propor estar bem, no nível individual, e não se deixar atingir por uma série de problemas externos.
O melhor caminho é o diálogo, a percepção do papel de cada um dentro dessa família e entendê-la como a base, o princípio de uma coletividade. Todas as sociedades se estruturam em torno da família e, nela, todos são importantes: os pais, os filhos a relação entre irmãos, a relação entre filhos e pais, e vice-versa. É importante escutar e falar, apontando nossas dificuldades de convívio, nossas necessidades.
Sugiro sempre que as famílias se reúnam, uma vez por semana, num horário e local agradável, para falar dos grandes problemas, para indagar por que os irmãos brigam, por que não há respeito entre eles. Será que falta respeito somente porque cada um é de um jeito? Um gosta de coisas arrumadas e outro de coisas bagunçadas? É importante que o organizado perceba que nem todos são como ele, e vice versa, havendo respeito entre eles. Vamos dizer ao pai que ele está muito sem tempo, trabalhando demais, que só fica preocupado com o futuro e com o dinheiro, enquanto a maior carência nossa é de afeto e presença.
A família saudável é aquela que se dispõe a ter tempo para si mesma, em que existe o respeito mútuo, em que um dá importância ao outro, ajudando-se mutuamente. Uma família que se relaciona consegue ter carinho, compreensão, consegue ouvir, falar e crescer junto, sem competição e sem rivalidade, sem emburramento.
O diálogo é um fator muito importante. É preciso investir tempo em reuniões familiares tentar fazer programas juntos, ao invés de ficar jogando vídeo game, trabalhando no computador, assistindo ao Jornal Nacional. É preciso resgatar o encontro e as relações entre os membros da família.

Quais são as conseqüências da agressividade dos pais com os filhos?



Qualquer forma de agressividade significa dificuldade de convívio, seja entre pais e filhos entre marido e mulher, ou entre irmãos. A agressividade acontece quando, em uma família, faltam noções básicas de respeito, de forma de se comunicar, de amor, de compreensão, ou seja, de maturidade. Filhos criados com pais agressivos tendem a ser submissos, a apresentarem maior grau de insegurança e de incapacidade de enfrentar o mundo; ou tendem a seguir o modelo dos pais, tornando-se autoritários, agressivos com grande dificuldade de escuta e de relacionamento. Portanto, em qualquer ambiente, a agressividade nunca é uma forma saudável de um convívio amigo e respeitoso.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Como proceder diante de pais conservadores?



A pessoa conservadora tem grandes dificuldades em aceitar mudanças. E o mundo está em constante mudança. Pessoas conservadoras teimam em manter os mesmos conceitos de dez ou vinte anos atrás, o que torna a relação difícil. Os conservadores não sabem adaptar-se ao novo, o que é fundamental. A gente sempre tem que buscar a mudança, e isso significa ser inteligente.
É preciso mostrar a esses pais que tudo muda: as leis, a cultura, a moda, o ensino, a política, a economia... E através do diálogo, de filmes, leituras e palestras, buscar sensibilizá-los e estimulá-los a trocarem idéias com outros pais, participarem de reuniões escolares, etc..

O que fazer, quando temos de mentir para os pais, por eles pensarem muito diferente de nós?


Mentira é uma relação frágil e antiga. A verdade sempre faz bem, mesmo que doa. A mentira nos faz perder a confiança, impede-nos de superar nossas falhas e defeitos. Filhos não devem jamais mentir para os pais, nem os pais para os filhos. A mentira é uma relação inexistente e irreal, sem maturidade e intimidade. A diferença não é problema, pode ser até enriquecedora. Relações saudáveis são aquelas verdadeiras, sinceras, naturais e espontâneas.

O que fazer uma garota de 13 anos que nunca conseguiu dizer à mãe que a ama?



Manifestar o amor e o afeto é uma das coisas mais nobres e bonitas que a vida nos ensina. Esse filho que não consegue dizer à mãe que a ama deve, primeiro, fazer um trabalho consigo mesmo, para não sentir vergonha ou constrangimento em manifestar o sentimento. Quem consegue manifestar o sentimento é uma pessoa que vai crescer na vida, porque é mais compreendida. Será que adianta ter só atitude, se não conseguimos manifestar os sentimentos? Essa criança não deve ser inibida afetivamente.

Como agir com os pais que pensam saber tudo e nada têm para aprender com os filhos?



Acho uma pena os pais serem autoritários, sem dar importância ao que os filhos dizem. Pais sábios são aqueles que se dispõem a aprender. Muitas vezes o filho percebe coisas que passaram despercebidas aos pais. Quantas vezes eles vivem coisas que os pais jamais viveram ... Numa relação madura, os pais ensinam e aprendem. Os filhos devem também escutar os pais, aproveitar a experiência deles. Os filhos podem também dar um toque sobre felicidade e harmonia para os pais.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Pais separados que se casam novamente podem dar bom exemplo de relacionamento?

Jamais devemos condenar alguém por uma união que não deu certo. O fato de um casamento não ter dado certo, na 1ª vez, não impede que pais separados possam dar exemplo de bons relacionamentos. Seria errado que filhos de pais separados ficassem criticando os relacionamentos de seus pais apenas porque o 1º casamento deles não deu certo. Espera-se que a má experiência resulte em aprendizado. Por outro lado, é errado pais separados envolverem seus filhos em jogos de poder, ódio, econômicos e chantagens emocionais. Isso é maturidade pura!
O relacionamento implica o respeito. Os pais se separam por não combinar ou talvez porque, quando se decidiram pelo casamento, fizeram uma opção errada por falta de maturidade. Quando as diferenças não são superadas, o casal se separa. Separados, eles podem tentar um novo casamento, escolhendo uma pessoa com quem convivam melhor. Os filhos devem fazer um esforço para conviver bem com uma segunda união, tentando ser amigos do segundo esposo ou esposa. Ninguém é dono do destino alheio. Os filhos não podem determinar a vida dos pais, e vice-versa. Cada um de nós tem opções e direitos. Não se pode ter um trauma porque os pais se separaram e se casaram novamente. É importante sempre buscar um bom convívio.

Porque é tão difícil a relação entre irmãos, mesmo eles se amando tanto?



É curioso que, mesmo tendo os mesmos pais, a mesma educação, os irmãos sejam tão diferentes. Cada um tem natureza e temperamento próprios, o que pode dificultar o convívio. Muitas vezes, as pessoas têm de partilhar o mesmo espaço físico, os mesmos programas, a rotina, mesmo com tanta diferença. Existe aquele que é desorganizado e outro que é todo organizado, e os irmãos têm de dividir o quarto. Nesse caso, é preciso ter respeito para não haver conflito. Irmãos que se amam precisam respeitar as diferenças. Existe aquele que é desorganizado e outro que é todo organizado, e os irmãos têm que dividir o quarto.Neste caso, é preciso ter respeito para ao haver conflito. Irmãos que se amam precisam respeitar as diferenças. É preciso compreensão, e, para compreender, é preciso trocar de lado. Compreender é entender o lado do outro, e, para compreender, é preciso trocar de lado. Respeito e compreensão devem sempre existir dentro de uma casa, entre irmãos. Caso contrário, os irmãos se desentendem e podem até se transformar em inimigos; não se falam e não se ajudam. Nas relações mais amadurecidas, as pessoas sabem que amor e respeito são fundamentais para o ambiente sadio em casa.

domingo, 16 de maio de 2010

PERIGO!!! SABEDORIA EM EXTINÇÃO E EXCESSO DE INFORMAÇÃO NOS TRARÃO O CAOS!

Coluna Eduardo Aquino para o Jornal Super Notícias do dia 16/05/2010.


Em palestras vivo perguntando: “Se o mundo insiste em ter 24 horas, o ano 365 dias, o sol nascer no leste e se por no oeste, por que tanto estresse, depressão, ansiedade e pensação disparada?!?!”
Baseado nas sabedorias do meu avô “Zé Cocão” um sertanejo mineiro, pouco letrado, mas com uma sabedoria imensa – algo que não há escola ou faculdades que nos ensine – sabedoria esta que está em extinção já que seus pré-requisitos são:
1) TEMPO PARA OBSERVAR A NATUREZA: que dá origem a tudo que existe no universo e nos ensinaria como viver em harmonia com ela
2) CURIOSIDADE, “BOA ANSIEDADE” E “ANGÚSTIA CONSTRUTIVA”: É a matéria-prima da sabedoria! Tudo que hoje usamos como coisas banais: luz, eletricidade, alimentos, moradias e tudo mais; foram descobertas ou inventados por curiosos, observadores, ou ansiosos e angustiados que temiam a escuridão, a fome os fenômenos climáticos entre outras “invenções e produtos”. Assim sendo a curiosidade, aliada a “boa ansiedade” e “angústia construtiva” eram ingredientes essenciais de sobrevivência e transferências de CONHECIMENTOS de geração a geração.
3) EXPERIMENTAR A VIDA: Ora, desde o início dos tempos o ser humano avançava à medida que usava um método empírico: TENTAR e ERRAR, TENTAR, e ACERTAR e mais importante: APRENDER SEMPRE!!! Afinal imaturos são aqueles que nunca admitem seus erros e assim não evoluem! Por exemplo, esta geração “viciada” em ORKUTS, games, internets, celular, TVs, não está tendo um mínimo de sabedoria, não são mais artesanais, são pouquíssimo criativos, altamente dependente de pais, que os consideram “inteligentíssimo”, pois sabem tudo de tecnologia e informática e os desajeitados tecnológicos – a geração de pais e avós nem se arriscam a transferir a herança mais importante geração pós geração: O EXEMPLO, a SABEDORIA, o AFETO! Assim, a UNESCO (Órgão da ONU, que estuda cultura, educação, comportamento) nos alerta “A GERAÇÃO “Y” – os nascidos nos anos 80 – 90, é chamada de GERAÇÃO PERDIDA, por ser a pior geração segundo estudos científicos dos últimos 200 anos. Muito sexo, “balada”, bebida, drogas, INTERNET e absoluta falta de capacidade de batalhar profissionalmente, se independer mais cedo (hoje é comum filhos de 30 – 35 anos dependente dos pais) ter uma visão social, ideológica e construir um mundo melhor que nossa geração foi capaz de legar a eles. E se um dia, 400 hackers (“subversivos tecnológicos”) promoverem um “black-out” e ficarmos sem nossos computadores?!?! Digam-me: quem terá condições de sobreviver, caçar, buscar fonte de água e alimento nas grandes cidades?!?! Por isso a previsão de uma “GRANDE GUERRA TRIBAL” o dia que falir a grande bolha – o colapso do dólar ou o black-out tecnológico!!! Eu, aqui num novo Brasil (Tríplice fronteira GO, MS, MT) conseguindo implantar projetos sociais em educação pública, saúde pública, cultura e meio ambiente faço modestamente minha parte – e confesso não sentir a menor saudade de BH, Vitória, ou grandes cidades – numa região de 5.000 nascentes, uma fronteira riquíssima do agronegócio, onde se pesca, todos se conhecem, não há quase nenhuma violência, menor abandonado, inundações e estas tragédias cotidianas de grandes cidades. É meu ídolo “Zé Cocão”, você sabiamente estava certo quando dizia nos anos 70 “vocês vão ficar doidos”. Quarenta anos depois, eu psiquiatra, neurocientista confirmo sua profecia e criei até uma sabedoria. “Na matemática da vida: os maus subtraem, os espertos somam, os bons dividem, mas SOMENTE OS SÁBIOS MULTIPLICAM!!!
Ps. Coluna em homenagem ao ZÉ COCÃO de Abaeté, Dores do Indaiá.



sábado, 15 de maio de 2010

Como lidar com o irmão ciumento?



Muitas vezes, o ciúme vem da possessividade. No caso do irmão, o ciúme vem quando o irmão não confia na irmã. Geralmente, o ciumento é inseguro. Numa relação familiar, é importante falar ao ciumento sobre respeito e que o respeito passa pela privacidade de cada um O ruim da pessoa ciumenta é que, muitas vezes, os outros omitem dela os fatos, pois não sentem liberdade de comunicar-lhe o que está acontecendo; por receio de que ele se desentenda com o namorado da irmã e com os amigos. Todo ciumento vive numa constante tortura, por não confiar no outro, e está sempre buscando conferir e checar a atitude do outro. Isso é desagradável para o ciumento e para quem está submetido ao processo de ciúmes. O ciúme é sinal de imaturidade, desconfiança, ausência de segurança própria.
É necessário tentar sempre dialogar com esse irmão, tentar trazê-lo para perto e fazer alguns programas junto com o namorado da irmã, como ir ao shopping, a clubes, etc.. Assim, o ciúme pode ser quebrado e se pode transformar esse sentimento ruim em amizade e confiança mútua.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

REFLITA: SERÁ QUE VOCÊ TEM FÉ OU É SÓ UMA PESSOA RELIGIOSA

Coluna Eduardo Aquino para o Jornal Super Notícia do dia 09/05/2010


Crer em algo é tão antigo, quanto o surgimento da humanidade. É preciso acreditar em algo, até mesmo se isso significar não crê em nada!
Tem uma significativa parcela da humanidade que firmemente, ferozmente, radicalmente NÃO ACREDITA EM DEUS! Mas vejam, ACREDITAR significa “dar crédito a alguma coisa”, e CRÉDITO vem de crer! Então mesmos os ateus e céticos no fundo são CRENTES NA INEXISTÊNCIA DE DEUS!!!
Então são muito parecidos aos que de forma extremada tem uma FÉ CEGA em Deus! O único problema é que tanto os religiosos quanto os ateus não conseguem ter certeza, provar, confirmar a existência ou inexistência de Deus. Então vamos seguindo, vivendo querendo algo que nos tranqüilize, que nos garanta uma ETERNIDADE, onde descansaremos e reencontraremos as “almas” daqueles que amávamos em vida e desejamos reencontrar numa dimensão material! Ou para os céticos e ateus, finda a trajetória humana, virar o “NADA”! Quanto a mim, encantado que sou com as ciências naturais e humanas, vejo nas revelações que a matemática, a física, a biologia, a química, a presença de uma DIVINA e INENARRÁVEL FORÇA SUPERIOR uma infinita consciência que penetra na minha mente, no meu coração, inunda minha alma e que serenamente aceito como Deus!!! Pois a maneira como essa energia inexplicável “cientificamente”, penetrou minha essência no dia 06/03/94 e de maneira inexplicável, fazendo de mim até então um neurocientista “quase cético”, um homem de Fé; é uma história que de forma sutil ou íntima, algumas raras vezes me levaram a dar meu depoimento. Me tornei um raro cientista e simultaneamente um homem de Fé! MAS REAFIRMO NESTE ESPAÇO QUE ME PERMITE CORAJOSAMENTE ATESTAR PUBLICAMENTE: Fé não é sinônimo de Religiosidade!!! Ao contrário, muitas vezes pessoas que se dizem Religiosas (cheias de rituais, missas, cultos, rezas sem fim) tem comportamentos deploráveis: raiva, ressentimento, apego ao dinheiro, vaidades pueris, não perdoam, não acolhem os que sofrem, são indiferentes a pobreza e miséria de seus semelhantes! Atenção “falsos crentes de Deus”: Sejam católicos (e a crise da pedofilia hein?) evangélico ( e exploradores financeiros hein?) espíritas (e vaidosos e egoístas?): Cristo não criou Igrejas!!! Ele veio nos ensinar e doutrinar, e 2000 anos depois nem sua fala mais simples praticamos: “Amai-vos uns aos outros, como eu mesmo os amei”. Você que pode bater no peito e dizer sou católico, evangélico, espírita de fato” (portanto CRISTÃOS): você tem o perdão no coração? É desapegado de riquezas? Divide suas coisas? Está preparado para a morte de quem ama (filhos, pais, cônjuge)? Crê na “Boa nova” (ou EVANGELHO que é o significado desta expressão em grego) de um CRISTO RESSUREITO dizendo: “ A vida vale a pena (nossas penúrias do dia-a-dia, nossas penalidades e desafios diários) pois existe a CASA DO PAI e DESCANSO ETERNO”. Parabéns: você é Cristão! Preparado para morrer, para viver, para perder riquezas, para “perder” (na verdade devolver ao verdadeiro PAI) seu filho querido! É, meu leitor, é tão simples, tão fácil ter Fé, essa ENERGIA TRANSFORMADORA que nos conduz (em meio a um mundo inviável, decadente) a um caminho sereno, amoroso, desapegado: PAZ-DE-ESPÍRITO!!!.

domingo, 9 de maio de 2010

Se eu transar com meu namorado, como devo dizer a meus pais?

RELACIONAMENTO FAMILIAR

A sexualidade merece ser bem vista. Como pai, acho que seria ruim saber da transa de minha filha, depois de ela já ter transado. Acho que a sexualidade tem de ser discutida junto com a afetividade; amor e namoro devem preceder o ato. Acho que os pais poderiam até se sentir traídos em saber depois que a transa aconteceu.
Algumas questões devem ser consideradas. Por que transou? Foi só por causa da tesão? Havia maturidade para começar a transa? Foi feita a escolha certa do parceiro?
Sem maturidade física e psicológica, a pessoa pode vir a ter diversos problemas, como a frigidez, a maternidade indesejada, e ter de iniciar uma vida de casada sem a menor condição para isso. A comunicação com os pais deve ser antecipada. É importante os pais orientarem os filhos para o início da atividade sexual.
Quanto à forma de dizer, não há “macete”, é algo muito variável. Se os pais são amigos e compreensivos, a coisa “rola” bem. Se os pais são severos, autoritários, conservadores, seria importante o auxílio de uma pessoa intima dos filhos e dos pais (irmãos, tios, por exemplo) no sentido de intermediar a conversa. A meu ver, o pior é fazer escondido e depois ter surpresas desagradáveis.

sábado, 8 de maio de 2010

Que tipos de jogos você considera importantes em uma relação?



Eu diria que uma relação, para ser boa, não pode ter jogos, e sim, espontaneidade. Os jogos de culpa, de dó, de pressão, de ciúme, de autoritarismo são patológicos na relação. Uma boa relação se baseia na condição de falar e ouvir, na maturidade; quanto menor o volume de jogos, melhor será essa relação, porque ela deve se manter por si só. A relação se faz verdadeira, e importante a partir do momento em que experimentamos uma confiança mútua, um sentido de parceria, de cooperação.
É altamente saudável a gente ter uma vontade de estar sempre querendo se superar, se preparar para o parceiro, surpreender esse parceiro, ser criativo, trazer coisas novas, movimentar a relação. Isso, porém, não quer dizer “jogos” porque, toda vez que falamos “jogo”, inevitavelmente estamos colocando, junto ao conceito de jogo, o de competitividade, o conceito de que, para um ganhar, outro tem de perder. Acho muito interessante uma analogia que eu já ouvi; diz mais menos o seguinte: o casamento pode ser comparado a um jogo de tênis, que é um jogo tenso, em que cada jogador tem de defender o seu lado e, para um ser vitorioso, o outro deverá ser, necessariamente, um perdedor.
Então, melhor seria comparar o casamento a uma brincadeira de frescobol, aquela em que as pessoas têm que tentar manter uma parceria, de tal maneira que a bola não caia. Então, não é um jogo de um contra o outro, e sim é um tipo de esporte em que, se o outro se sai bem, eu também me saio bem. Sendo assim, existe uma cooperação, existe uma torcida mútua para que cada um seja capaz de exercer sua função. E concluo dizendo que “jogos” nunca são bem-vindos e devem até ser sempre evitados.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Por que nós, meninas, ficamos tristes e choramos por causa de um homem e os meninos arranjam outra com a maior facilidade?



Por que eles não sofrem como a gente?


É uma diferença de postura, que se deve a uma série de mecanismos culturais, de criação e condicionamento. O certo é que dizem que "uma paixão cura a outra", então os meninos buscam essa alternativa para não sofrer tanto. Esta é, por vezes, uma atitude de machismo tipo "homem não chora", por vezes é um mecanismo de defesa contra o sofrimento e o sentimento. Já as mulheres não se envergonham do próprio sentimento, e com isso se permitem ficar mais frágeis afetivamente, diante de frustrações como essa, de uma relação que não deu certo.

sábado, 1 de maio de 2010

Por que no mundo moderno é tão difícil compartilhar afeto?

Estamos inibidos afetivamente. Este século foi a era do racional, da Matemática, dos números, dos computadores, da tecnologia de ponta. A era do conforto externo. Desaprendemos a confiar uns nos outros. O sistema capitalista fez com que os espertos tivessem mais espaço do que os competentes, os talentosos. Com isso, houve uma distribuição errada da riqueza do mundo. Temos poucos privilegiados com uma condição de vida excepcionalmente boa, enquanto milhões morrem de fome.
Há uma inversão de valores. As pessoas estão muito ligadas ao material, à ilusão do ter, esquecendo-se de que a coisa mais importante do mundo é ser, é se relacionar, é partilhar e conseguir que o nosso semelhante viva tão bem quanto nós. Vivemos neste século a época do materialismo, da ilusão da riqueza e do conforto. O racionalismo e a vida corrida nos afastaram das pessoas de quem gostamos. Precisamos resgatar características mais humanas, de preocupação com o outro, de querer dividir e multiplicar. Quem se apega demais aos bens materiais são os mais infelizes, por temerem perder o que têm. Vivemos o grande paradoxo do século: quem tem dinheiro não está feliz, porque morre de medo de perder; quem não tem dinheiro não tem acesso à moradia, à educação, à saúde. Quem tem condição de comprar comida passa fome, porque quer perder peso. Quem está morrendo de fome não tem dinheiro para comprar comida. Quem é rico, mora atrás de muros enormes, com guarda-costas, com medo de seqüestro. Quem não tem dinheiro pode usufruir da liberdade de ir e vir. Ter e não ter, ser e não ser.
Está na hora de rever sistemas políticos, culturais, sociais, econômicos e religiosos. Está na hora de buscar um mundo mais justo, mais humano, onde tenhamos o afeto, o prazer, o sentimento. Chega de racionalismo, máquina e tecnologia, se isso não nos deixa mais felizes. No começo do século, uma em cada 100 pessoas tinha depressão ou ansiedade. Hoje, 48% da população estão sujeitos a esses quadros. Isso significa que o homem avançou por um lado e adoeceu por outro. As doenças ligadas ao stress, à ansiedade são ligadas ao afeto. É necessário valorizar nossa afetividade, para não continuarmos adoecendo física e psicologicamente.