quinta-feira, 20 de maio de 2010

De onde tirar a felicidade, o amor e a compreensão, se não há amizade com os pais?



A amizade é fruto do tempo que se investe na relação, da vontade de ter uma linguagem de afeto. É o carinho, a atenção. É reservar tempo para os filhos e para que esses filhos também me ajudem, convocando-me para uma conversa, para um papo, para mostrar seu sucesso, para falar de seu namoro, para falar de um esporte, para praticar esporte junto comigo. Pais e filhos têm de se redescobrir por que, ambos os lados, tanto pais quanto filhos, estão carentes de felicidade, de amor e de compreensão.
A busca do bem-estar, do amor e da felicidade é um caminho pessoal. Cada um de nós deve ser agente da própria felicidade. Deve buscar ser um realizador de seus sonhos, de suas metas, descobrir o prazer, seu potencial, seu dom e seu talento. Toda pessoa que houver conseguido alcançar essa felicidade e amor vai, inevitavelmente, querer compartilhar essa conquista.
Então, a gente não pode ficar esperando um ambiente bom, de amizade em casa, como fator primordial, para depois querer ser feliz, amar, compreender e ser compreendido. Cabe a nós, num primeiro momento, desenvolver, em nós mesmos, a capacidade de amar e de ser feliz; e num segundo momento, querer dividir, investir na relação de amizade, para que nossos pais também possam partilhar conosco desse crescimento e amadurecimento.
Compreender é trocar de lado. Se estamos compreensivos, trocamos de lado com nossos pais, e compreendemos a dificuldade deles. Muitas vezes, eles não foram estimulados a buscar uma vida com maior prazer, com maior questionamento de valores e ideais como a gente é, hoje em dia. Antigamente, os jovens não podiam sequer questionar seus pais. Tudo era feito na base da força, da obrigação e da culpa. Havia a noção de céu e inferno, havia às vezes, uma religião extremamente autoritária, impedindo uma relação mais amiga entre pais e filhos. E se pudermos compreender a dificuldade deles, nós nos tornaremos, então, pessoas mais qualificadas a tentar trazê-los para um mundo leve, com mais prazer e menos obrigações.
Nós, as pessoas jovens, somos aquelas que têm maior capacidade de compreensão, de troca de lado e de mudança nas relações de pais e filhos. Ao invés de esperarmos os pais chegarem até nós vamos até eles, em busca de diálogo, amor, compreensão e carinho.

Um comentário:

  1. obrigada, seus posts realmente fizeram a diferenca pra mim, devido a situacao que estou atualmente passando.

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