domingo, 1 de agosto de 2010

A paixão, o vício, o amor (raro, mas possível)



Passando numa banca de revistas me deparo com uma revista super interessante cujo título era o Amor, e como a ciência o explicava. Sempre fico com o pé atrás com tais reportagens, muitas vezes ocas e imprecisas. Mas minha surpresa foi altamente positiva a ponto de hoje distribuir xerox para todos os que se confundem e sofrem nas relações cada vez mais doentias entre homens e mulheres, de todas as idades, em meio a ciúmes doentios, dependências afetivas severas.

Vejamos alguns tópicos:

1- Homens são atraídos pelos traços físicos e estéticos das mulheres, enquanto estas são atraídas mais pela capacidade dos homens de gerar boa parte e protegê-los.

2- A atração gera modificações bioquímicas no cérebro e o sexo ao aumentar a produção da dopamina, a mesma que aumenta no consumo das drogas como a cocaína. E isso gera a paixão, condição extrema afetiva, altamente viciante, perigosa, pois ao criar dependência, abstinência e tolerância, modifica doentiamente o comportamento, com perda crítica da realidade, prejudica o desempenho profissional, estudantil, a vida familiar e social do "apaixonado" que fica monotemático, "enlouquecido" pelo seu objetivo de paixão, resultando num severo quadro de dependência afetiva, onde o apaixonado fica delirante de ciúmes, obsessivo, violento, paranoico, controlador, possessivo. Veja nos jornais diariamente, o aumento assustador dos crimes passionais, vinganças contra "ex", sequestros etc.

3- Quando a paixão termina (pode durar dias, meses e no máximo sete anos), ou resulta em indiferença, ou em aversão (antipatia), ou amor, algo bem mais morno, menos sexual e voluptuoso, e sim um sentimento gradual, sereno, calcado em quatro bases: admiração mútua, respeito, lealdade, afinidade.

4- O amor faz o cérebro aumentar a produção de occitocina, um hormônio que antes se achava que era útil na expulsão do feto e incentivo a amamentação, e hoje intimamente ligado ao amor. Tanto assim que ao borrifar occitocina na narina de homens e mulheres, estes se tornam mais generosos, menos egoístas e mais solidários.

Pois é meus amigos, num mundo em que cada vez mais e mais nós "animalizamos" e o sexo ficou banal, instintivo, descartável, "apaixonados" perdem a cabeça e se empobrecem afetivamente somos cada vez mais "adolescentes" afetivamente falando, carentes, instáveis infelizes nos namoros, casamentos, "viciados no outro", temendo ficar só. E sonhando o amor, fantasiando esse amor, desejoso desse amor!

Por onde começar? Que tal dentro de si mesmo... O resto é consequência. Nada pior que ter seu humor, sua mente, sua vida dependente de alguém! Ninguém pode ser "oxigênio" do outro, ninguém pertence a ninguém, a não ser a si mesmo! Por isso, pergunto: vale a pena ser escravizado na "gaiola do outro" ou é preferível ter o próprio ninho afetivo bater asas juntos e ser feliz?

Coluna eduardo Andrade Aquino para o Jornal Super Notícias(Belo Horizonte – MG) publicada no dia 01/08/2010.

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