Livro Eduardo Aquino: PEQUENO MANUAL DE SOBREVIVÊNCIA NA SELVA DAS GRANDES e também médias e pequenas CIDADES (4ª edição – Belo Horizonte/2000).
“ah que saudade que tenho do aurora da minha vida, da minha infância querida que os anos não trazem mais” (Casimiro de Abreu).
É ... o que você queria ser quando crescer? Antes era fácil: agricultor, comerciante, funcionário público, médico, advogado, engenheiro, professor ou dentista. Hoje são 108 profissões! Haja vestibular, essa indústria dos cursinhos, o bombardeio do “mercado de trabalho”, testes vocacionais, seguir carreira dos pais. Ô inferno! Por que será que ninguém me pergunta meu dom e talento, e todo mundo só se interessa em saber quanto ganho e em dizer: - É um privilegiado! Tem trabalho, dê graças a Deus!
Ei, você ai, quando era pequeno, sonhava em trabalhar no Banco do Brasil, na Caixa, na Prefeitura, no Estado? Quanto te custa trabalhar ai: frustração, nervosia, insatisfação, programas de qualidade total e chefes autoritários ou que caíram de pára-quedas políticos? E você? PHD, qualificado, naquela mesa de canto, esquecido, esperando aposentar?
Posso ser franco? É o fim da picada: o mundo termina aqui! Fim dos tempos: é infeliz no emprego e ao mesmo tempo morre de medo de ficar desempregado! Odeia ter que ir pro trabalho e odeia voltar para casa e encontrar a mulher ralhando com os “capetinhas”. Mundo cão., “Matou o chefe, a mulher, e foi ao cinema assistir ao filme Robocop” (conforme deve ter visto, isso apareceu no capítulo anterior no Jornal Nacional).
Engenheiro que viram padeiros, médicos que vendem produtos Amway e advogados de porta em porta: “Avon Chama”.
-Filhinho, estuda passa no vestibular: Só assim será alguém na vida!
Notícia ruim: o emprego formal vai acabar, assim como a aposentadoria.
Notícia boa: só no último capítulo (não beba tanto, senão o stress e a angústia te consomem antes do fim do livro).
- Querida, apronta, coloca aquele vestido preto na nossa lua-de-mel (mas não se esqueça da cinta para segurar a barriga), lembra daquele restaurante chiquérrimo aonde nunca fomos? Pois prepare-se: é hoje!
- Mas meu bem, são só 19 horas, e você nunca sai da empresa antes das 22.
_ Hoje é o dia mais feliz da minha vida amor:
Meu Deus! Ganhou na loto?
- Não.
- Foi promovido a gerente-geral?
- Não!
- Já sei: seu professor de pós-graduação de Harvard quer te levar para Boston?
- Amor, nada disso. É muito melhor.
- Nossa, Aguinaldo, há mais de 15 anos não me chamava assim tão carinhosamente. Gui, você não ta de amante nova, não é?
- Poxa, Bel, que difícil de fazer surpresa, relaxa e ...
Mais tarde, em Gotham City (o melhor motel da cidade)....
- Nossa, Gui, foi a melhor noite da minha vida, esse anel, o restaurante, e olha bem, foram 3 vezes (fora a ejaculação precoce que não conta). Agora fala.
-Bel, meu bem, minha ternurinha, fui despedido! Aleluia, estou desempregado. Fim daquele chefe, dos vidros fumês, do ar condicionado central, dos pregões na bolsa, das reengenharias, das organizações e métodos, do trânsito infernal, do desconto do imposto na fonte, das viagens e chás de aeroporto. Livre!
- Gui, estou pas-san-do mal, nauseada, acho que vou desmaiar.
- Bel, vai ver é o salmão de 230 reais. Calma, meu bem, como vomitar algo tão caro? Eu ainda não te contei a melhor parte: comprei um trailer com a indenização, uma casa de pescador em Porto Seguro e vamos, enfim, ter nosso próprio negócio – venda de sanduíche natural e água de coco. E viva o mar, o ar, o sol ...
- Alô! É da gerência do Gotham City? Será que podia mandar o Batman, aliás, desculpe, gostaria que enviasse o serviço médico aqui para a suíte presidencial.
- Não, nada de crime passional! Quê isso, meu chefe! A hipótese diagnóstica é intoxicação por salmão estragado ou “perda rápida de status” com abaixamento da pressão arterial ou desmaio histérico de ex-mulher.
Por falar nisso, que tal uma economia informalzinha? Ta servido?
Reflita: ama o que faz?Trabalha feliz (não vale workholic – viciado em trabalho)? Acorda a cada dia e agradece a Deus e diz: “Que delícia mais um dia de trabalho”? Se a resposta é não, N-A-O- TIL, cuidado! Você anda sobrevivendo e não vivendo.
Sem dúvida, neste século, vimos uma explosão de especialistas, tecnicistas, tudo muito específico: “técnico em condução de veiculo, automotor com deslocamento vertical”. Quanta complicação para dizer “ascensorista”.
E as relações de trabalho explodiram: mulheres que até o início do século só tinham 3 tipos de emprego (casar, ser solteirona e cuidar dos pais, ou ser a “outra”) vieram para a luta e já são mais numerosas, muitas vezes melhores e mais eficientes que os homens e, com isso, criaram-se novos fatos: mulheres cabeça-de-família, executivas que não encontram parceiros à altura e hibridas donas-de-casas-mães e trabalhadoras insatisfeitas com ambas as coisas.
Alguém já pensou que, muito antes da modernidade, erguiam-se cidades, plantava-se, tratavam-se pessoas, comercializava-se, pintava-se, faziam-se músicas, criavam-se leis, educavam-se filhos (bem ou mal, igualzinho hoje). Mas não havia carteira assinada, faculdade, etc..) Talvez, naqueles tempos, houvesse mais liberdade para se “buscar um lugar no mundo” baseado em habilidades e talentos. Grandes filósofos, matemáticos, botânicos e até políticos! Tudo mais natural, sem marketing, sem uso de tanta corrupção (pois isso é antológico). Tudo bem, não havia tantas garantias (aposentar, FGTS, SUS, etc.). Mas e hoje? Você se sente garantido? Cheio de sindicatos, constituições, poder legislativo, judiciário, executivo, e você acredita neles? Chefe, empresa idônea estatal, reengenharia, está tranqüilo? Ninguém garante ninguém: nem avalista, nem banco, nem juiz, nem deputado, nem presidente. “Ô governo lhe deve tanto? Tem neto? Talvez seus netos recebam. Enquanto isso, que tal ir à luta?
Talvez estejamos voltando à época do “escambo” ou das trocas. Legal, prestadores de serviços mútuos. “Troca um quadro por uma consulta. Troca seu talento de marceneiro – fazendo mobília em casa – por 20 sacos de arroz. Troca seu apartamento na praia, no mês de janeiro, por um tratamento dentário completo”.
Valor – quanta ilusão! Segurança e garantia – quanta balela! Sabia que sal já foi moeda, ouro foi garantia? O tempo e as coisas mudam, menos nossa índole, nosso dom, nossa capacidade de sonhar, de ter fé, de seguir superando problemas e desafios.
Faz poupança, preocupa-se com o futuro (lembra-se do Collor?). Que tal usufruir a vida e sempre se dispor a seguir mais e mais na vibração do momento?
P.S.: Faça contato pelo blog www.eduardoandradeaquino.blogspot.com e também no Twitter: www.twitter.com/eduardoaaquino.Aos que quiserem ser .... parceiros, peço que leiam meu livro: Bem Vindo a Vida, lançado pela Editora Sextante, sublinhando conceitos que julgarem relevantes. Este é o livro básico que em forma de romance, apresento minha visão do mundo.Pode se encontrado nas melhores livrarias, e também ser obtido via internet (submarino.com, americanas.com, leitura.com, etc..).
“ah que saudade que tenho do aurora da minha vida, da minha infância querida que os anos não trazem mais” (Casimiro de Abreu).
É ... o que você queria ser quando crescer? Antes era fácil: agricultor, comerciante, funcionário público, médico, advogado, engenheiro, professor ou dentista. Hoje são 108 profissões! Haja vestibular, essa indústria dos cursinhos, o bombardeio do “mercado de trabalho”, testes vocacionais, seguir carreira dos pais. Ô inferno! Por que será que ninguém me pergunta meu dom e talento, e todo mundo só se interessa em saber quanto ganho e em dizer: - É um privilegiado! Tem trabalho, dê graças a Deus!
Ei, você ai, quando era pequeno, sonhava em trabalhar no Banco do Brasil, na Caixa, na Prefeitura, no Estado? Quanto te custa trabalhar ai: frustração, nervosia, insatisfação, programas de qualidade total e chefes autoritários ou que caíram de pára-quedas políticos? E você? PHD, qualificado, naquela mesa de canto, esquecido, esperando aposentar?
Posso ser franco? É o fim da picada: o mundo termina aqui! Fim dos tempos: é infeliz no emprego e ao mesmo tempo morre de medo de ficar desempregado! Odeia ter que ir pro trabalho e odeia voltar para casa e encontrar a mulher ralhando com os “capetinhas”. Mundo cão., “Matou o chefe, a mulher, e foi ao cinema assistir ao filme Robocop” (conforme deve ter visto, isso apareceu no capítulo anterior no Jornal Nacional).
Engenheiro que viram padeiros, médicos que vendem produtos Amway e advogados de porta em porta: “Avon Chama”.
-Filhinho, estuda passa no vestibular: Só assim será alguém na vida!
Notícia ruim: o emprego formal vai acabar, assim como a aposentadoria.
Notícia boa: só no último capítulo (não beba tanto, senão o stress e a angústia te consomem antes do fim do livro).
- Querida, apronta, coloca aquele vestido preto na nossa lua-de-mel (mas não se esqueça da cinta para segurar a barriga), lembra daquele restaurante chiquérrimo aonde nunca fomos? Pois prepare-se: é hoje!
- Mas meu bem, são só 19 horas, e você nunca sai da empresa antes das 22.
_ Hoje é o dia mais feliz da minha vida amor:
Meu Deus! Ganhou na loto?
- Não.
- Foi promovido a gerente-geral?
- Não!
- Já sei: seu professor de pós-graduação de Harvard quer te levar para Boston?
- Amor, nada disso. É muito melhor.
- Nossa, Aguinaldo, há mais de 15 anos não me chamava assim tão carinhosamente. Gui, você não ta de amante nova, não é?
- Poxa, Bel, que difícil de fazer surpresa, relaxa e ...
Mais tarde, em Gotham City (o melhor motel da cidade)....
- Nossa, Gui, foi a melhor noite da minha vida, esse anel, o restaurante, e olha bem, foram 3 vezes (fora a ejaculação precoce que não conta). Agora fala.
-Bel, meu bem, minha ternurinha, fui despedido! Aleluia, estou desempregado. Fim daquele chefe, dos vidros fumês, do ar condicionado central, dos pregões na bolsa, das reengenharias, das organizações e métodos, do trânsito infernal, do desconto do imposto na fonte, das viagens e chás de aeroporto. Livre!
- Gui, estou pas-san-do mal, nauseada, acho que vou desmaiar.
- Bel, vai ver é o salmão de 230 reais. Calma, meu bem, como vomitar algo tão caro? Eu ainda não te contei a melhor parte: comprei um trailer com a indenização, uma casa de pescador em Porto Seguro e vamos, enfim, ter nosso próprio negócio – venda de sanduíche natural e água de coco. E viva o mar, o ar, o sol ...
- Alô! É da gerência do Gotham City? Será que podia mandar o Batman, aliás, desculpe, gostaria que enviasse o serviço médico aqui para a suíte presidencial.
- Não, nada de crime passional! Quê isso, meu chefe! A hipótese diagnóstica é intoxicação por salmão estragado ou “perda rápida de status” com abaixamento da pressão arterial ou desmaio histérico de ex-mulher.
Por falar nisso, que tal uma economia informalzinha? Ta servido?
Reflita: ama o que faz?Trabalha feliz (não vale workholic – viciado em trabalho)? Acorda a cada dia e agradece a Deus e diz: “Que delícia mais um dia de trabalho”? Se a resposta é não, N-A-O- TIL, cuidado! Você anda sobrevivendo e não vivendo.
Sem dúvida, neste século, vimos uma explosão de especialistas, tecnicistas, tudo muito específico: “técnico em condução de veiculo, automotor com deslocamento vertical”. Quanta complicação para dizer “ascensorista”.
E as relações de trabalho explodiram: mulheres que até o início do século só tinham 3 tipos de emprego (casar, ser solteirona e cuidar dos pais, ou ser a “outra”) vieram para a luta e já são mais numerosas, muitas vezes melhores e mais eficientes que os homens e, com isso, criaram-se novos fatos: mulheres cabeça-de-família, executivas que não encontram parceiros à altura e hibridas donas-de-casas-mães e trabalhadoras insatisfeitas com ambas as coisas.
Alguém já pensou que, muito antes da modernidade, erguiam-se cidades, plantava-se, tratavam-se pessoas, comercializava-se, pintava-se, faziam-se músicas, criavam-se leis, educavam-se filhos (bem ou mal, igualzinho hoje). Mas não havia carteira assinada, faculdade, etc..) Talvez, naqueles tempos, houvesse mais liberdade para se “buscar um lugar no mundo” baseado em habilidades e talentos. Grandes filósofos, matemáticos, botânicos e até políticos! Tudo mais natural, sem marketing, sem uso de tanta corrupção (pois isso é antológico). Tudo bem, não havia tantas garantias (aposentar, FGTS, SUS, etc.). Mas e hoje? Você se sente garantido? Cheio de sindicatos, constituições, poder legislativo, judiciário, executivo, e você acredita neles? Chefe, empresa idônea estatal, reengenharia, está tranqüilo? Ninguém garante ninguém: nem avalista, nem banco, nem juiz, nem deputado, nem presidente. “Ô governo lhe deve tanto? Tem neto? Talvez seus netos recebam. Enquanto isso, que tal ir à luta?
Talvez estejamos voltando à época do “escambo” ou das trocas. Legal, prestadores de serviços mútuos. “Troca um quadro por uma consulta. Troca seu talento de marceneiro – fazendo mobília em casa – por 20 sacos de arroz. Troca seu apartamento na praia, no mês de janeiro, por um tratamento dentário completo”.
Valor – quanta ilusão! Segurança e garantia – quanta balela! Sabia que sal já foi moeda, ouro foi garantia? O tempo e as coisas mudam, menos nossa índole, nosso dom, nossa capacidade de sonhar, de ter fé, de seguir superando problemas e desafios.
Faz poupança, preocupa-se com o futuro (lembra-se do Collor?). Que tal usufruir a vida e sempre se dispor a seguir mais e mais na vibração do momento?
P.S.: Faça contato pelo blog www.eduardoandradeaquino.blogspot.com e também no Twitter: www.twitter.com/eduardoaaquino.Aos que quiserem ser .... parceiros, peço que leiam meu livro: Bem Vindo a Vida, lançado pela Editora Sextante, sublinhando conceitos que julgarem relevantes. Este é o livro básico que em forma de romance, apresento minha visão do mundo.Pode se encontrado nas melhores livrarias, e também ser obtido via internet (submarino.com, americanas.com, leitura.com, etc..).
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