terça-feira, 19 de janeiro de 2010

DROGAS - CONTINUAÇÃO

Como psiquiatra e nurocientista que já atuou em saúde pública – INPS, postos de saúde em periferia, hospitais públicos – e também em consultório particular, tenho acompanhado os principais trabalhos científicos no mundo inteiro sobre as alterações no cérebro causadas pela ação das diversas drogas e seu impacto sobre o psiquismo e o comportamento.
Por atender a milhares de drogados e ministrar dezenas de palestras, senti que era necessário escrever sobre o assunto de uma forma mais lúdica: contando histórias. O objetivo era mesmo provocar discussões entre todos que se envolvem ou são envolvidos no grave problema. São os viciados, os pais, a escola com os alunos que “entraram nessa” e os alunos que “não entraram”, e são taxados de “caretas” e ficam perdidos ou curiosos diante de tantas opiniões, preconceitos e informações distorcidas. E, por último, todos os profissionais que lidam com o problema: educadores, médicos, psicólogos, psicoterapeutas, assistentes sociais, religiosos, advogados, juízes, policiais.

Para que a discussão possa ser produtiva, é necessário não ser radical, imaturo ou impulsivo. Deve-se entrar em contato com a informação, verificar se a fonte é segura, se há base científica. É preciso escutar as diversas partes envolvidas no problema e chegar ás próprias conclusões. Então, vamos trabalhar alguns conceitos, definições e pesquisas.

1. É considerada droga toda e qualquer substância psicoativa que atua sobre o psiquismo, modifica o comportamento, intoxica os neurônios e desencadeia dependência física ou psíquica, que produz síndrome de abstinência quando retirada e exige doses progressivamente maiores e mais freqüentes para produzir efeitos, que é fenômeno da tolerância. O cérebro passa a acostumar-se e isso exige doses cada vez maiores.
2. . A drogadição é maléfica, não apenas para o usuário, e torna-se um problema grave para a família, além do pesado ônus para a saúde pública e a sociedade. Responde pelo aumento da criminalidade e violência, incluindo aí a questão econômica, com gastos cada vez maiores na luta contra narcotraficantes, aparelhar a polícia, combater a corrupção, sustentar tratamentos médicos e internações e manter presídios e cadeias.
3. Basicamente, temos quatro tipos de situação:
1ª) Os que nunca usaram;
2ª) Os que experimentaram poucas vezes, mas não continuaram;
3ª) Os que usam menos freqüentemente e se dizem “usuários sociais”, alegando que o fazem apenas para relaxar ou ampliar a sensibilidade;
4ª) Os usuários que usam diária e abusivamente e, não raro, acabam se envolvendo com drogas mais pesadas. São os que acabam se marginalizando na sociedade.


4. Agora, um resumo do CID.10 (Código Internacional de Doenças, 10ª versão), elaborado pela OMS – Organização Mundial de Saúde.

TRANSTORNOS MENTAIS E DE COMPORTAMENTO
DECORRENTES DO USO DE SUBSTÃNCIA PSICOATIVA

F.10 – Decorrentes do uso de álcool;
F.11 – Decorrentes do uso de opiódes;
F.12 – Decorrentes do uso de canabióides;
F.13 – Decorrentes do uso de sedativos ou hipnóticos;
F.14 – Decorrentes do uso de cocaína;
F.15 – Decorrentes do uso de outros estimulantes, incluindo cafeína;
F.16 – Decorrentes do uso de alucinógenos;
F.17 – Decorrentes do uso de tabaco;
F.18 – Decorrentes do uso de solventes voláteis;
F.19 – Decorrentes do uso de múltiplas drogas e uso de outras substâncias psicoativas.

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