quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

DROGAS

Extraido do Livro Eduardo Aquino: Manual do Educador Terapêutico.

2 – ENDORFINAS NATURAIS
A importância do exercício físico no aprendizado
e comportamento

Mitos, realidades e o efeito danoso na disciplina, no rendimento escolar e na saúde do usuário.

Falar sobre drogas é como correr em terreno minado. Estamos sempre sujeitos a sermos explodidos com críticas impiedosas ou sermos laureados como campeões da moralidade e defensores do bem. Afinal, os usuários e ex-usuários têm mais do que opiniões. Têm a vivencia, a experiência direta do uso, desde cigarro e bebida até as mais pesadas, como cocaína, crack, heroína, ácido. Mesmo entre eles há divergências na visão do mundo das drogas.
Há os defensores mais ferrenhos que não querem jamais abandonar a dependência química. Não vêem nenhum problema no consumo e recusam-se a aceitar os achados científicos, papo careta” para eles. São radicais nas suas opiniões e posturas, muitas delas agressivas, anti-sociais e, em casos extremos – tráfico – enquadrado como forma criminosa.

Há também os que usam bebidas e maconha, as chamadas drogas “mais leves”, expressão que, particularmente, considero inadequada. Pois atento uma série desses usuários com quadros graves de psicose: alucinações, delírios, agressividades violentas ou abstinências graves. Os usuários dessas substâncias têm mais crítica. Alegam que só as usam de forma “social” e esporádica (mas, na realidade, de forma crônica) valendo-se disso como inspiração artística, relaxamento, pura “diversão com amigos” ou ainda para “dormir melhor”, Os que usam maconha sempre alegam que a canabis sativa não é droga e que faz menos mal que a bebida e o cigarro. São argumentos contrários ao que afirma o CÓDIGO INTERNACIONAL DE DOENÇAS – CID.10, usado internacionalmente e editado pela ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE (OMS).
Já os ex-usuários são testemunhas dos malefícios das drogas. Sobreviventes do caos, das “bad trips” (más viagens), freqüentaram o inferno e de lá saíram depois de perder laços familiares e carreiras (no bom sentido, claro!). Enfrentaram a destruição profissional, a decadência financeira e a deterioração social. E só se tornaram soldados na guerra contra a droga e seu enorme custo social e financeiro após terem sofrido profundos desgastes no corpo, cérebro, psiquismo e alma. Os ex-usuários são, em geral, absolutamente contra as drogas e sabem que elas representam um grande risco para a saúde pública (promiscuidade e propagação de doenças infecto-contagiosas – principalmente a AIDS) e um estímulo á criminalidade.
Existem ainda os familiares daqueles que morreram e são testemunhas do horror vivido pelo usuário e pelas pessoas que o cercaram.
Muitos ficaram com algum tipo de demência. Tornaram-se esclerosados precoces aos trinta, quarenta, cinqüenta anos. Improdutivos nada puderam acrescentar ao mundo. Outros “piraram”, tornando-se doentes mentais. São aqueles que se “esquizofrenizaram”, seja pelo abuso de drogas, seja porque já havia uma tendência para a doença que a droga fez aflorar. Perambulam como robôs humanos nos hospitais psiquiátricos para doentes crônicos, nos asilos, clínicas e fazendas para dependentes químicos.

ESSA GUERRA TEM SOBREVIVENTES, MORTOS E MUTILADOS.
Finalmente, existem os que nunca usaram e são radicalmente contra. Neste grupo se enquadra a maior parte da população, desde “CDFs” até os naturistas, passando por pais, pedagogos, médicos, psicólogos, assistentes sociais, namoradas(os) de drogaditos (quando estes têm sorte...). São também religiosos, padres, pastores, espíritas, magistrados e tantos outros que lidam direta ou indiretamente com o problema e percebem sua gravidade.

Infelizmente, existem alguns drogados até entre as diversas profissões e atividades acima referidas.
E qual é a nossa visão do problema?

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