sábado, 12 de setembro de 2009

CIÚME
“Um sentimento natural que pode virar doença”

Que o ciúme é algo sobrenatural, ninguém duvida. Ele está presente não só nos seres humanos, basta observar cachorros, gatos, macacos e lá está ele, sempre presente. O que muda é a sua intensidade, que vai desde um leve ciúme, que até tempera uma boa relação, até um ciúme intenso, violento, doentio e infelizmente até fatal. Quando lemos nos jornais casos tristes de mortes covardes provocadas por um sentimento que faz cegar, e tira o juízo critico da realidade.

De onde vem o ciúme?
No nosso cérebro, existe uma área responsável pelas nossas emoções. Que chamamos de Sistema Límbico. O medo, a insegurança, a alegria, a tristeza, o ciúme, entre outros, são administrados por esse sistema. Desde aprendemos a viver em bando, criar relações de afeto, família e nos acasalarmos, tais emoções nos acompanham. O ciúme é uma manifestação de posse, de garantia daquilo que foi conquistado. Lutamos para demarcar nosso espaço, para defende-lo, para não perder o que consideramos de valor e ao qual nos apropriamos. Até aí tudo bem! Ao nos ligar a alguém ao a alguma coisa que damos importância e nos envolvemos emocionalmente, desenvolvemos um ciúme, um temor de perdê-la, ou que alguém possa nos tirar.

Os diversos tipos de ciúmes:
Quando abordamos esse tema, o que mais nos vem à mente, são as historias de namoro, casamento, vida a dois. Mas o ciúme se apresenta também entre irmãos, colegas de trabalho, pode acontecer quando o pai sente que a esposa está dando muita atenção para o filho pequeno, ou vice-versa, ou ainda ciúmes entre noras e sogras, ciúmes entre colegas de colégio, entre grupos de amigos, até ciúmes por coisas materiais, objetos pessoais, carros, coleções e objetos de valor. Até em animais de estimação e seus donos. UFA! Vivemos no meio de uma “Ciumeira danada”.

Quando o ciume vira um transtorno ou mesmo uma doença?
Sendo algo que faz parte das emoções humanas e visto que a cerca de 97% das espécies na natureza é infiel, manter a rédea e controle sobre o ciúme, é essencial para uma vida saudável nas relações afetivas, familiares, sociais e no trabalho. Num mundo onde tudo virou descartável, onde a “ficação”, a “pegação”, o descompromisso impera, estamos percebendo uma epidemia de relações doentias, onde não existe confiança, respeito, intimidade suficiente, para que haja estabilidade no relacionamento afetivo. Ciúme doentio ou patológico ocorre quando a pessoa começa a ter idéia fixa que esta sendo traído, passa a fazer um “filme mental”, onde o (a) companheiro (a), sempre o passa para traz, e essa “pensação” ocupa obsessivamente a sua mente, e um atraso qualquer, um celular fora de área, um olhar, uma roupa pode desencadear o “filme” em que é traído, e como sabemos que pensar equivale a uma ação, essa pessoa enlouquece, cria uma fantasia e não há Cristo que a demova daquele raciocínio, mesmo que não exista lógica, que outras pessoas tentem dizer que não há nada, não adianta, ele criou um “delírio de ciúme”, onde ele é o mais prejudicado, além da pessoa alvo do ciúme. É algo perigosíssimo e sabe-se que neste caso, uma substancia química que circula no cérebro, a SEROTONINA, precisa ser corrigida e isso exige um tratamento médico e psicológico urgente.

Jogo de ciúme: Um inferno para os dois
Ciúme quando vira jogo, torna o relacionamento a dois, impraticável. Pois esse jogo é contagioso e nunca termina bem. Começa na insegurança que se manifesta por provocações, desconfianças e na ilusão que o ciúme é sinal que o outro está gostando, e com isso, as roupas provocantes, sair com amigos, contar de ex, entre outros joguinhos que faz com que a relação se desgaste, perca-se o respeito, o casal começa a se ilhar, num autocontrole-celular o tempo todo, mania de checar e controlar o outro, proibições quanto a roupas, amigos, ambiente que freqüenta e aí vai...

Controlando o ciúme: Aprendendo a se libertar desse incômodo
Como vimos, o ciúme pode destruir relacionamentos, gerar atitudes violentas, e até fatais, mas pode ainda ir “matando” a cada dia. (“Doutor, eu morro de ciúmes...”) O bom humor, a paz interna, a serenidade podendo ainda nos atrapalhar no trabalho, na família, na vida social. Em casos extremos como vimos é preciso tratamento, com medicações e acompanhamentos psicoterápico. Mas temos que desenvolver alguns mecanismos de “dentro pra fora”:
1. Desenvolver a auto-estima: eu tenho que gostar de mim, me valorizar, pois quem tem maturidade e auto estima elevada está vacinada contra o ciúme doentio;
2. A arte do desapego: “Ninguém é de ninguém”, controlar a tendência possessiva e o medo de perder, evitando “sufocar quem amamos”;
3. COMBATER A INSEGURANÇA, TIMIDEZ, MEDOS: A base do ciúme é a insegurança e baixa-estima. À medida que tomo consciência dos meus valores, enfrento a “pensação” negativa, consigo manifestar meus sentimentos, vou me libertar dos fantasmas, da imaginação negativa;
4. Ocupar o tempo, praticar esportes, buscar novas atividades, novos grupos sociais, evitar um relacionamento fechado a dois, que pode ir empobrecendo e criando dependência;
5. Estabelecer compromissos, resgatar a fé em si mesmo e a confiança no outro, evitar os jogos de opressão, gritos, desrespeito, provocação, pena, dó, ameaças e chantagens emocionais.
6. ATENÇÃO: Bebida alcoólica, maconha e outras drogas, agravam e provocam o ciúme, e por isso, quem tiver problema ou tendência ao ciúme, tem que parar de beber e usar maconha e outras drogas.

Pergunta da semana:
Meu pai sempre foi infiel, mulherengo, minha mãe muito passiva, ele bebia e ainda batia nela, cismado que ela tinha homem na rua. Isso pode explicar o fato de eu ser tão ciumenta?
R: Como vimos seu pai ao ingerir bebida tinha “paranóias” de ciúmes, sendo que ele ao mesmo tempo tão infiel. Cada pessoa tem o seu grau de ciúme, dependendo do temperamento (quanto mais rígido, obsessivo, perfeccionista, detalhista, maior a tendência ao ciúme exagerado, como exemplo), mas sem dúvida, quando junta um meio ambiente como o que você descreve e uma tendência natural, pode aparecer um ciúme anormal.

Reflexão:
Relação de ciúmes são relações de paixão, não de amor. Vejamos como Paulo em Corintios 13.4 descreve esse sentimento: “O amor é paciente, bondoso, não tem inveja, não é orgulhoso, nem escandaloso. O amor não é arrogante, não busca os próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor, tudo desculpa tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O AMOR JAMAIS ACABARÁ!”

Nenhum comentário:

Postar um comentário