terça-feira, 15 de setembro de 2009

TIMIDEZ:
Quando somos prisioneiros de nós mesmos

Amar e ter vergonha de dizer isso a uma pessoa, ter duvidas durante uma aula ou no trabalho e não conseguir levantar a mão e perguntar, precisar falar em público, apresentar um trabalho na sala e preferir tirar zero a enfrentar a platéia.
Não há duvida que o tímido é um prisioneiro de seus pensamentos, de suas emoções. Do medo de ser julgado, exposto, de ser visto ou sobressair em lugares onde existem pessoas que podem notá-lo ou critica-lo. Enfim, o tímido é aquele que tem um bom potencial, tem sentimentos, desejos, capacidade para trazer idéias e experiências de vida e, no entanto vive calado, fugindo de tudo e de todos, escravo de si mesmo, perdendo chance de dizer “te amo!”, de levantar a mão em sala e dizer “tenho dúvida” ou “podia repetir”, ou ainda dizer, “Filho, te adoro e quero ser seu melhor amigo!”.

O medo do julgamento alheio:

Na verdade todo mundo tem ou já teve distintos níveis de timidez, para uns, algo leve que aos poucos foi vencendo e hoje não atrapalha. Para outros é tão forte, que a vida inteira foi “travado”, isolado, tido como estranho, o que o atrapalhou muito na escola, no trabalho, na sua vida afetiva e familiar.
O tímido, na verdade, tem medo de ser julgado por outras pessoas, sempre se achando inadequado, ridículo, com medo de falar bobagens, de dar vexame. Com isso prefere ficar calado, escondendo de situações onde possa ser censurado e sempre preocupado com o que as pessoas pensam dele.

O tímido social e o tímido afetivo:

Esse medo de se expor, de enfrentar outras pessoas, pode se dar em situações sociais como festas, reuniões, apresentação de trabalhos escolares na frente de colegas, até mesmo familiares. Essa é a timidez chamada social. Já a timidez afetiva é aquela que, embora a pessoa não tenha tanta dificuldade de exposição em situações sociais, tem grande dificuldades para conseguir namorar, falar de sentimentos, demonstrar afeto, ser carinhoso com o cônjuge ou com filhos. É desajeitado para dar um abraço, um carinho em público, ou ainda dizer sobre as suas emoções, seu amor aos que ama. Timidez é sempre uma tortura, um empobrecimento existencial, mas a timidez afetiva é ainda mais triste, já que os sentimentos - e em particular o amor reprimido e guardado em si mesmo - nos escraviza em angustias e tristezas, impedindo o relacionamento afetivo entre marido-mulher, pais-filhos, irmão, amigos.

Onde a timidez se torna fobia social:

Como vimos, em maior ou menor grau, todos temos que lidar com a timidez. Mas quando essa situação se torna intensa e traz grandes prejuízos na vida de uma pessoa, temos de pensar num quadro mais sério que chamamos FOBIA SOCIAL! É mais que o medo das situações sociais é a incapacidade de enfrentá-las. A pessoa FOGE ou EVITA situações onde estará sendo exposta a observações de outras pessoas e chega a sentir mal-estar: mãos trêmulas, sua frio, fica vermelha, esquece e confunde o que fala, “dá branco”, emudece, coração dispara, tem falta de ar, fica totalmente sem-graça, chora, entre outros desconfortos. As situações de Fobia social mais comuns: Falar em publico, alimentar-se na presença de estranhos, assinar documentos sob fiscalização, urinar em banheiros públicos, participar de reuniões de trabalho, por exemplo.
A fobia social, quando limita extremamente a vida da pessoa exige tratamento com medicação e terapia, com boa resposta.

Será que o tímido tem baixa-estima ou excesso de vaidade?

Quando trato uma pessoa tímida, mostro a ela que ao contrário do que ela imagina, o que ocorre não é uma baixa-estima, se sentir pior do que os outros, afinal por que não levanta a mão quando tem dúvida? “É porque eu penso: e se for pergunta burra ou se meus colegas me zoarem?” Está vendo, nesse caso o tímido é muito pretensioso, por que sua pergunta tem que ser muito inteligente? Por que ele não pode errar, ser zoado? Por que tem sempre que estar super preparado para apresentar um trabalho para a turma? Será que numa festa todo mundo vai ficar observando ele? Será que ele é sempre tão importante assim?
Como se vê, o tímido tem uma distorção da imagem própria, se vê sempre como alguém ridículo, inadequado, feio, burro, e na verdade ele é como qualquer um com virtudes, defeitos, que acerta e erra.

Algumas orientações e condutas úteis para os tímidos:

Como o comportamento da timidez é na base do FUGIR ou EVITAR, o mecanismo mais importante para vencer a timidez é ENFRENTAR as situações sociais ou afetivas. Quanto mais foge, maior a timidez, quanto mais enfrenta, maior a vitória contra essa limitação.
Mas muitas vezes para ENFRENTAR a TIMIDEZ e a FOBIA SOCIAL, é necessário tratamento com terapia, ou até mesmo uso de medicação nos casos extremos. Uma boa dica de enfrentamento é orientar uma pessoa que costuma ficar vermelha, tremer, suar muito quando se expõe em público, a não tentar se preparar psicologicamente com ordens mentais para NÃO SUAR, NÃO FICAR VERMELHA OU NÃO TREMER! Ao contrário, já de inicio quando for se apresentar, brinque consigo mesmo: “Ô gente, como sou tímida, mesmo que fique vermelha, sue, fique tremula, me ajudem, pois quero muito apresentar meu trabalho...”.
Seja brincalhão consigo mesmo, “Olha eu fico vermelho, pois não sou sem-vergonha...” ou “Podem me chamar de treme-treme”, “Eu suo muito, pois tenho menopausa precoce...” Isso descontrai o ambiente, cria uma solidariedade para você ENFRENTAR as situações.
Por fim, ao invés de preocupar com o que os “outros” estão pensando sobre você, siga a sua vida, enfrente a si mesmo, à platéia e engate um “SEJA O QUE DEUS QUISER” e vá em frente vencendo a sua timidez, libertando o conteúdo dos seus pensamentos, dos seus sentimentos, emoções e desejos! Não tema errar, não queira agradar a todos, não se censure, no fundo todos somos carentes de compreender e ser compreendidos! Desejamos desvendar os mistérios dos outros e nos entregar de corpo e alma àqueles que amamos!

Nenhum comentário:

Postar um comentário