sábado, 19 de setembro de 2009

A SÍNDROME DA “PENSAÇÃO”:
Quando o pensamento dispara a paz vai embora.

Tempos modernos, vida agitada, celulares que não nos deixam em paz, insegurança nas ruas, chateação no trabalho, preocupação com as dividas... O que não faltam são motivos para “ficar com a cabeça cheia de problemas”. Assim cada vez mais as pessoas reclamam que não conseguem parar de pensar. Uma “pensação” que atrapalha o sono, dá mau humor, cansaço, irritação, impaciência e nervosismo constante. Pois é, o Ministério da Saúde adverte: Pensar muito é prejudicial à saúde.

MENTE HIPERATIVA, CÉREBRO DE PLANTÃO, SOFRIMENTO FÍSICO E MENTAL

A função mais nobre que a mente humana tem é exatamente pensar, raciocinar, usar a lógica. Tal ato exige um esforço imenso do cérebro, com um gasto de energia espantoso. Como um exemplo mais próximo, não é exagerado dizer que é algo parecido com o processo de transformar energia atômica em eletricidade, como se faz na Usina Angra II. Sendo assim, se usarmos mal o ato de pensar, criando problemas imaginários, preocupações sem sentido, excesso de medos, sobrecargas com problemas familiares ou no trabalho, excesso de informação, inevitavelmente haveremos de sobrecarregar o grande computador que Deus nos deu, o CÉREBRO. Esse órgão, o mais nobre e importante que temos começa a trabalhar com sobrecarga, sem descanso, 24 horas por dia . Sim, 24 horas! Existe uma regra na relação entre A MENTE E O CÉREBRO: PENSAR É IGUAL A AGIR!!! O pensamento emite uma imaginação que o cérebro acha que é um fato. Exemplo: se o filho demora a chegar em casa e os pais imaginarem, pensarem que ele foi assaltado, o cérebro reage como se aquela imaginação ou pensamento fosse um fato real e dispara o estresse, modificando a química do cérebro. Isso faz o coração disparar, entrar em alerta, perder o sono. Quando os pais começam a passar mal, o filho chega, apenas tinha namorado até mais tarde, mas os pais sofreram por duas horas e essa sobrecarga quanto mais acontece, ou seja, quanto maior a “pensação”, maior o dano físico e psicológico para quem preocupa excessivamente e não sabe relaxar. Neste acumulo de situações imaginárias e estressantes, é que está a origem das depressões, fobias, insônias, e diversas queixas físicas.

ENTENDENDO A EPIDEMIA DAS MENTES DOENTES DE TANTO PENSAR.

Os grandes problemas de saúde pública no século XXI, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), serão as alterações mentais e de comportamento, além do uso de bebidas, cigarros e outras drogas, como reflexo de tanto estresse, tanta pressão, e bombardeio dos meios eletrônicos – noticias alarmantes em TV, rádio, internet, jornais, celulares. O excesso de informação e nossa dependência e escravidão presos a um mundo urbano, transito caótico, pessoas agitadas, filhos hiperativos, competição no trabalho, conflitos no casamento, enfim, toda essa “loucura” que criamos e somos vitimas ao mesmo tempo, é que gera esse aceleramento mental que chamamos de “síndrome da pensação” Sem que tenhamos consciência, ou possamos perceber, somos viciados em noticias ruins, tragédias. Nos tornamos sádicos e masoquistas... “Vocês viram o caso do bebê abandonado?” “E o safado do Renan?” “Que absurdo o crime daquele menino arrastado no Rio...” “Viu o novo golpe chamado saidinha de banco?” “Cuidado com o assalto à ônibus, viu filho?” E no meio de tanta fofocoterapia, reprodução desse “mundo-cão” onde somos “urubus agourentos” atrás de manchetes cada vez mais angustiantes, animalescas em TVs, rádios, internet e jornais, como é que se faz para conseguir um pouco de paz de espírito, relaxamento nesse mundo em desencanto?

RESGATANDO O BEM-ESTAR, RENASCENDO PARA UM NOVO TEMPO:

Não queiram fórmulas mágicas, nem receitas de bolo, quando o assunto for administrar o estresse, prevenir as doenças afetivas – como depressão, pânico e outras – ou reverter os estragos que nós mesmos nos impomos no dia-a-dia ao cometermos os erros de pensar, sentir e agir no nosso ambiente familiar, profissional, afetivo, social, MAS PRINCIPALMENTE NO PLANO PESSOAL.
O que listarei a seguir são apenas situações e experiências para ajudar a repensar a forma de vida de cada um de nós e uma oportunidade de revisão existencial, mudança de comportamento nas pequenas coisas do dia-a-dia:
1. Preocupação: Volte ao exemplo que demos dos pais preocupados com o atraso do filho namorador. Agora reflita: projetar situações, sofrer por antecipação, enfim, o ato de preocupar, fará aumentar a segurança dele? Impedirá um acidente? Evitará o consumo de bebida ou droga? NÃO, NÃO e NÃO! Se preocupação fosse eficiente e prevenisse realmente os problemas, podem estar certo, a Terra seria um paraíso! Além de adoecer quem sente, a preocupação é algo altamente INEFICIENTE! Já uma oração bem feita, o exercício da fé, a entrega e confiança ao dizer “Vá com Deus” “Deus te proteja” “Seja feita a vontade Dele” e ir para a cama, dormir e no dia seguinte conferir o filho namorador roncando, isso sim é eficiente, “desocupar” a mente, e dormir em PAZ!
2. “A arte do DESAPEGO”: Se pudéssemos rever conceitos, se aprendêssemos a ver, mesmo nas situações mais adversas, uma lógica divina, afinal, “Deus escreve certo por linhas tortas”, deixaríamos de reclamar de cada decepção, e em cada queda extrairíamos as lições “CERTAS” que Deus nos envia. Com isso, seríamos menos apegados às coisas materiais, e não sentiríamos o medo de perder pessoas que amamos. Cristo nos ensinou que reencontraremos quem amamos na “casa do Pai e no Descanso Eterno”. Praticar mais o que falamos e oramos (e não apenas da boca pra fora), significa acalmar nossos corações e mentes, à medida que tivermos uma nova visão das mesmas coisas que antes nos alarmava no nosso cotidiano. Quando exercitamos a FÉ a cada dia, experiência após experiência, assimilando vitórias e derrotas, alegrias e tristezas, conseguimos, enfim, o conforto dessa FÉ. Entender que tudo passa e a vida é o ato de nascer, viver e morrer “para a vida eterna” e que nossas “pensações”, sofrimentos, preocupações não mudam o “tempo e os designios de Deus”, é evoluir no aprendizado de que cada um nasceu para escrever a própria história, passar pelos seus sofrimentos, viver o tempo que tiver que viver. Eis a “arte de viver e amar no desapego”.
3. A arte do relaxamento, ou melhor, resgatar as coisas simples da vida: Experimente desligar o celular, abrir mão das novelas e jogos de futebol na TV às 22h, voltar a praticar seu esporte, fazer uma caminhada, pegar um cineminha, ouvir as músicas que gosta, fazer um trabalho manual, ter um tempo para um bom namoro, ler um bom romance, jogar conversa fora, ter um bom papo com os filhos, sair para comer pipoca, sorrir, contar um caso antigo, uma boa piada, sair do quarto, da casa, da tela, ver a lua cheia, pescar, enfim, reaprender a ter uma vida mais simples e feliz!









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