CONFISSÕES DE UM MÉDICO QUE ACABA DE SE APOSENTAR:
A difícil decisão de encerrar o atendimento em consultório para se dedicar a ações e projetos na área de educação, saúde publica e meio ambiente.
Novembro de 2007, vinte e cinco anos de atendimento individual em consultório, quase trinta anos trabalhando com medicina - desde o voluntário que ficou 4 anos no Hospital João XXIII passando pela fase de estagiário no Hospital Geriátrico Paulo de Tarso até a residência no IPSEMG, depois medico lá mesmo, concursado do DASP, breve período como professor da UFMG e depois anos no PAM Carlos Prates, medico concursado do Centro Metropolitano de Saúde em Morro Alto, Núcleo de Neurociências, consultório particular, UFA!! 60 mil atendimentos e a constatação que consegui ajudar 7 a 8 em cada 10 pacientes que atendi (sim, fiz um trabalho estatístico para perceber meu potencial e deficiências, ajudado pela minha querida e saudosa mãe, lendo as respostas das malas diretas que enviei aos clientes diversos), projetos sociais nas áreas de educação, saúde, cultura e meio ambiente e, enfim, a difícil, polemica mas consciente decisão: Chegada a hora de “pendurar a chuteira”, despedir de um período de alegrias, decepções, sacrifícios, desafios e conquistas. Terminou aqui minha trajetória como medico de consultório. Aposentei.
COMO FOI MUDANDO O MUNDO, A QUALIDADE DE VIDA E O IMPACTO DESSAS MUDANÇAS NA POPULAÇÃO:
É isso, meus amigos, como mudou a rotina de vida de um medico desde os anos 80, anos 90, e principalmente no terceiro milênio. Tudo rápido, todo mundo sem tempo, a falência do afeto e um corpo humano cheio de sintomas. O estresse, a depressão, a insônia, o coração disparado, a tonteira, dor de cabeça, dor no corpo, obesidade, e mil e uma queixas. Já não existe uma faixa etária para aparecer tantos problemas. Crianças, adolescentes, adultos, idosos. É uma epidemia de mal-estar do corpo, mente e alma em qualquer cidade, país, lar e ambiente de trabalho.
POR QUE ESCREVO ESSA COLUNA, E AS RAZÕES DESSA DECISÃO DE PARAR COM ATENDIMENTO INDIVIDUAL:
O que me inspirou a “abrir meu coração” é que em cada evento que tenho participado (encontros, cursos, palestras, projetos em educação e saúde publica), em diversas cidades de Minas Gerais tem sido gratificante e ao mesmo tempo que exige muita responsabilidade, o fato de perceber um publico fiel, que não só acompanha essa coluna, mas que também escreve, manda emails, se sente confortada e identificada com os temas que abordamos: o ser humano, seus comportamentos, seus sentimentos, o funcionamento do seu corpo, a fé, a vida, os nossos relacionamentos no trabalho, em casa, com filhos, cônjuges e por aí vai. Mas principalmente as colunas sobre estresse, dicas naturais antiestresse, síndrome do pânico e depressão, geraram centenas de emails, pedidos de consultas. Então gostaria de esclarecer que jamais usaria a mídia, seja TV (quando estive com programa semanal na Rede Vida ou em programas onde sou convidado), seja rádio e agora na mídia impressa com esse fenômeno que é o Super (por isso sempre agradeço aos proprietários, editores e equipe do Jornal, com especial carinho e admiração ao meu amigo e parceiro Rogério Mauricio), como instrumento para me divulgar e aumentar minha clientela. Ao contrario, sempre tive agenda cheia, excesso de clientes e muita sobrecarga. Sempre que sou convidado vou a mídia, pois acredito que jornais, TV, radio, web, além da necessidade de informar sobre crimes, corrupção, esporte, política e economia, deveriam dedicar espaço para boas noticias, contribuir para o bem-estar usando linguagem lúdica, simples, compreensível , como instrumento que permitisse transferir CONHECIMENTO que beneficie a população, contribuindo para a educação, saúde, consciência ecológica e cidadã. Eu não só acredito nisso, como eu luto por isso!
E com uma sensação de alegria e gratidão que tem me acompanhado desde a primeira coluna no dia 07/07/07, que afirmo: É um verdadeiro milagre o que tem acontecido com essa nova proposta! Em cada cidade que tenho visitado, um imenso publico vêm com cadernos e pastas, onde carinhosamente colecionam as colunas, mandam para familiares e amigos, discutem em sala de aula ou no trabalho, o conteúdo, os temas e assuntos que abordamos neste espaço.
A DIFÍCIL DECISÃO: CONTINUAR A ATENDER UM A UM OU DEDICAR MEU TEMPO A UM TRABALHO MAIS COLETIVO E SOCIAL?
Todo esse resultado e um afastamento do consultório devido a problemas na corda vocal e virose severa desde junho/julho, me levaram a fazer um balanço do meu trabalho e a impossibilidade de manter consultório, palestras, fazer projetos e escrever livros. Chegou novembro e me lembrei da velha formula D=E+R, ou seja, toda decisão(D) equivale a escolhas (E) e simultaneamente, renuncias(R). Além do mais o peso da idade, filhos que requerem minha presença, uma esposa maravilhosa e o desafio de começar um novo tempo e novos desafios na minha vida profissional: treinar e transferir minha experiência para novos médicos, contribuir para melhorar as áreas de educação, saúde e meio ambiente, me obrigaram a decidir e escolher pelo trabalho coletivo, e renunciar ao atendimento individual. Sei que muitos dos meus clientes, a maioria que sempre me acompanhou em minha trajetória e luta por um mundo mais justo e fraterno onde o bem-estar e a paz de espírito sejam sinônimos de SAÚDE, haverão de compreender e apoiar. Como é natural que outros achem ruim o fato de não mais poder atendê-los individualmente. Nunca é fácil tomar decisões, e sempre seremos bem ou mal entendidos, elogiados ou criticados, mas como ensinam os índios; quando jovens somos guerreiros, quando adultos agricultores e quando chega a idade, temos que deixar como herança nossa sabedoria, exemplo e afeto, ensinando a “caçar” e a “semear”.
PROJETOS E NOVOS DESAFIOS:
Continuarei a acompanhar meus clientes através de pagina na internet, via emails, através dos meus livros e de outras formas de contato. Estarei presente em palestras, estou desenvolvendo ações e projetos em educação e saúde publica, escrevendo novos livros, e no futuro ministrando cursos sobre o comportamento humano. Com muito entusiasmo seguirei com esta coluna semanal no Super, onde não apenas fui bem acolhido, mas também incentivado a trazer um novo conteúdo para um órgão de imprensa que alcança todas as classes sociais.
Mas um dia, conseguirei realizar junto à minha família, aos grandes parceiros Henrique e Renato Salum, Gilberto e Mara Rocha, Roberto, Neuza, Renata, Aldo, Cyrillo, Helvio, Renata Amorim, Luciana Yumi, e dezenas de outros amigos e parceiros que homenageio através dessas pessoas, UM GRANDE SONHO: A FUNDAÇÃO CONSTRUTORES DE UM NOVO TEMPO! Voltada para a geração dos nossos filhos, netos, bisnetos, gerações que virão e habitarão um planeta onde o ser humano se dispa de tanta raiva, ódios, ressentimentos, invejas, apegos, vaidades, necessidades de poder, medos, angústias, culpas e outros sentimentos que só adoecem e infelicitam os seres humanos, e assim possamos resgatar a fraternidade, o respeito, a fé e a serenidade.
Recordo por fim uma frase que li em meu livro de cardiologia nos anos 70, quando era ainda um compenetrado estudante de medicina da UFMG: PARA QUE UM SONHO SE REALIZE, SÃO NECESSÁRIAS BASICAMENTE DUAS COISAS: PRIMEIRO, UMA GRANDE CAPACIDADE DE SONHAR, SEGUNDO, FÉ E PERSEVERANÇA PARA QUE ESSE DESEJO SE REALIZE!!
Que Deus me ilumine e dê a luz, a força, a graça, o amor, a coerência, fé e humildade para iniciar essa nova caminhada!
A difícil decisão de encerrar o atendimento em consultório para se dedicar a ações e projetos na área de educação, saúde publica e meio ambiente.
Novembro de 2007, vinte e cinco anos de atendimento individual em consultório, quase trinta anos trabalhando com medicina - desde o voluntário que ficou 4 anos no Hospital João XXIII passando pela fase de estagiário no Hospital Geriátrico Paulo de Tarso até a residência no IPSEMG, depois medico lá mesmo, concursado do DASP, breve período como professor da UFMG e depois anos no PAM Carlos Prates, medico concursado do Centro Metropolitano de Saúde em Morro Alto, Núcleo de Neurociências, consultório particular, UFA!! 60 mil atendimentos e a constatação que consegui ajudar 7 a 8 em cada 10 pacientes que atendi (sim, fiz um trabalho estatístico para perceber meu potencial e deficiências, ajudado pela minha querida e saudosa mãe, lendo as respostas das malas diretas que enviei aos clientes diversos), projetos sociais nas áreas de educação, saúde, cultura e meio ambiente e, enfim, a difícil, polemica mas consciente decisão: Chegada a hora de “pendurar a chuteira”, despedir de um período de alegrias, decepções, sacrifícios, desafios e conquistas. Terminou aqui minha trajetória como medico de consultório. Aposentei.
COMO FOI MUDANDO O MUNDO, A QUALIDADE DE VIDA E O IMPACTO DESSAS MUDANÇAS NA POPULAÇÃO:
É isso, meus amigos, como mudou a rotina de vida de um medico desde os anos 80, anos 90, e principalmente no terceiro milênio. Tudo rápido, todo mundo sem tempo, a falência do afeto e um corpo humano cheio de sintomas. O estresse, a depressão, a insônia, o coração disparado, a tonteira, dor de cabeça, dor no corpo, obesidade, e mil e uma queixas. Já não existe uma faixa etária para aparecer tantos problemas. Crianças, adolescentes, adultos, idosos. É uma epidemia de mal-estar do corpo, mente e alma em qualquer cidade, país, lar e ambiente de trabalho.
POR QUE ESCREVO ESSA COLUNA, E AS RAZÕES DESSA DECISÃO DE PARAR COM ATENDIMENTO INDIVIDUAL:
O que me inspirou a “abrir meu coração” é que em cada evento que tenho participado (encontros, cursos, palestras, projetos em educação e saúde publica), em diversas cidades de Minas Gerais tem sido gratificante e ao mesmo tempo que exige muita responsabilidade, o fato de perceber um publico fiel, que não só acompanha essa coluna, mas que também escreve, manda emails, se sente confortada e identificada com os temas que abordamos: o ser humano, seus comportamentos, seus sentimentos, o funcionamento do seu corpo, a fé, a vida, os nossos relacionamentos no trabalho, em casa, com filhos, cônjuges e por aí vai. Mas principalmente as colunas sobre estresse, dicas naturais antiestresse, síndrome do pânico e depressão, geraram centenas de emails, pedidos de consultas. Então gostaria de esclarecer que jamais usaria a mídia, seja TV (quando estive com programa semanal na Rede Vida ou em programas onde sou convidado), seja rádio e agora na mídia impressa com esse fenômeno que é o Super (por isso sempre agradeço aos proprietários, editores e equipe do Jornal, com especial carinho e admiração ao meu amigo e parceiro Rogério Mauricio), como instrumento para me divulgar e aumentar minha clientela. Ao contrario, sempre tive agenda cheia, excesso de clientes e muita sobrecarga. Sempre que sou convidado vou a mídia, pois acredito que jornais, TV, radio, web, além da necessidade de informar sobre crimes, corrupção, esporte, política e economia, deveriam dedicar espaço para boas noticias, contribuir para o bem-estar usando linguagem lúdica, simples, compreensível , como instrumento que permitisse transferir CONHECIMENTO que beneficie a população, contribuindo para a educação, saúde, consciência ecológica e cidadã. Eu não só acredito nisso, como eu luto por isso!
E com uma sensação de alegria e gratidão que tem me acompanhado desde a primeira coluna no dia 07/07/07, que afirmo: É um verdadeiro milagre o que tem acontecido com essa nova proposta! Em cada cidade que tenho visitado, um imenso publico vêm com cadernos e pastas, onde carinhosamente colecionam as colunas, mandam para familiares e amigos, discutem em sala de aula ou no trabalho, o conteúdo, os temas e assuntos que abordamos neste espaço.
A DIFÍCIL DECISÃO: CONTINUAR A ATENDER UM A UM OU DEDICAR MEU TEMPO A UM TRABALHO MAIS COLETIVO E SOCIAL?
Todo esse resultado e um afastamento do consultório devido a problemas na corda vocal e virose severa desde junho/julho, me levaram a fazer um balanço do meu trabalho e a impossibilidade de manter consultório, palestras, fazer projetos e escrever livros. Chegou novembro e me lembrei da velha formula D=E+R, ou seja, toda decisão(D) equivale a escolhas (E) e simultaneamente, renuncias(R). Além do mais o peso da idade, filhos que requerem minha presença, uma esposa maravilhosa e o desafio de começar um novo tempo e novos desafios na minha vida profissional: treinar e transferir minha experiência para novos médicos, contribuir para melhorar as áreas de educação, saúde e meio ambiente, me obrigaram a decidir e escolher pelo trabalho coletivo, e renunciar ao atendimento individual. Sei que muitos dos meus clientes, a maioria que sempre me acompanhou em minha trajetória e luta por um mundo mais justo e fraterno onde o bem-estar e a paz de espírito sejam sinônimos de SAÚDE, haverão de compreender e apoiar. Como é natural que outros achem ruim o fato de não mais poder atendê-los individualmente. Nunca é fácil tomar decisões, e sempre seremos bem ou mal entendidos, elogiados ou criticados, mas como ensinam os índios; quando jovens somos guerreiros, quando adultos agricultores e quando chega a idade, temos que deixar como herança nossa sabedoria, exemplo e afeto, ensinando a “caçar” e a “semear”.
PROJETOS E NOVOS DESAFIOS:
Continuarei a acompanhar meus clientes através de pagina na internet, via emails, através dos meus livros e de outras formas de contato. Estarei presente em palestras, estou desenvolvendo ações e projetos em educação e saúde publica, escrevendo novos livros, e no futuro ministrando cursos sobre o comportamento humano. Com muito entusiasmo seguirei com esta coluna semanal no Super, onde não apenas fui bem acolhido, mas também incentivado a trazer um novo conteúdo para um órgão de imprensa que alcança todas as classes sociais.
Mas um dia, conseguirei realizar junto à minha família, aos grandes parceiros Henrique e Renato Salum, Gilberto e Mara Rocha, Roberto, Neuza, Renata, Aldo, Cyrillo, Helvio, Renata Amorim, Luciana Yumi, e dezenas de outros amigos e parceiros que homenageio através dessas pessoas, UM GRANDE SONHO: A FUNDAÇÃO CONSTRUTORES DE UM NOVO TEMPO! Voltada para a geração dos nossos filhos, netos, bisnetos, gerações que virão e habitarão um planeta onde o ser humano se dispa de tanta raiva, ódios, ressentimentos, invejas, apegos, vaidades, necessidades de poder, medos, angústias, culpas e outros sentimentos que só adoecem e infelicitam os seres humanos, e assim possamos resgatar a fraternidade, o respeito, a fé e a serenidade.
Recordo por fim uma frase que li em meu livro de cardiologia nos anos 70, quando era ainda um compenetrado estudante de medicina da UFMG: PARA QUE UM SONHO SE REALIZE, SÃO NECESSÁRIAS BASICAMENTE DUAS COISAS: PRIMEIRO, UMA GRANDE CAPACIDADE DE SONHAR, SEGUNDO, FÉ E PERSEVERANÇA PARA QUE ESSE DESEJO SE REALIZE!!
Que Deus me ilumine e dê a luz, a força, a graça, o amor, a coerência, fé e humildade para iniciar essa nova caminhada!
Fico triste, mas também muito feliz com essa decisão...Tenho certeza que esse novo desafio vai ser tão regado de realizações quanto foram todos esses anos "iluminando almas" dentro de seu consultório. Que Deus continue te abençoando para que você continue salvando vidas.
ResponderExcluirabraço,
Adriano Nicchio.
Eduardo Aquino.. Sou psiquiatra e já atendi a vários ex-clientes seus. Acompanho sua coluna desde o início no Jornal Super.. Tenho 35 anos e estou em "começo de carreira". Bom ter um blog para acompanhar. Meu nome é Márcio Candiani. homepage: http://marciocandiani.site.med.br
ResponderExcluirDifícil a decisão de trocar o coletivo pelo individual...
Eduardo, sugiro um Blog interessante do colega Claudio Costa, psiquiatra, preceptor do CEPAI (FHEMIG) e colega, que escreve muito bem. Foi meu preceptor em Psiquiatria da Infância e gosto muito do blog dele. http://prascabecas.blogspot.com
ResponderExcluirBoa sorte na "aposentadoria"