sexta-feira, 25 de setembro de 2009

FOFOCAS, CALUNIAS, DIZ-QUE-DIZ...
A ARTE DE CRITICAR E SER CRITICADO

Desde que o mundo é mundo e pessoas começaram a viver em comunidades, o esporte preferido de todos é FALAR MAL DE ALGUEM! É impressionante, parece que comer, dormir, namorar e fofocar é inerente à espécie humana. De preferência falar mal dos que mais sobressaem, ou seja, nossos ídolos. É ficar famoso e lá vem a inevitável FOFOCOTERAPIA: “Sabe aquele ator da globo, diz que ele gosta é de homem!” “Nó véio, aquele jogador do Flamengo é um tremendo baladeiro é chegado numa maconha!” “E aquele político... Cheira todas!” E como diz meu velho e sábio avo Zé Cocao: “Raio não cai em pé de couve!” Ou ainda: “Não se atira pedra em árvore que não dá fruto!”
O certo é que quanto mais visível, quanto mais público, quanto mais uma pessoa se destacar numa sociedade, maior será a pressão que sofrerá, os boatos, a má-fé, a inveja, o ciúme, as “estórias” maldosas, a calunia, a maldade. E ai de quem queira crescer em qualquer área e não esteja preparado para esse bombardeio, essas pressões, terá que ter maturidade, serenidade e lembrar de provérbios sábios “Falem mal, mas falem de mim!” “Os cães ladram e a caravana passa!” Ou ainda ser muito franciscano. “Ódio em amor, ofensa em perdão, trevas em luz!” Ou ainda: “Fecha meu ouvido a toda calúnia, guarda minha língua de toda maldade, que só de bênçãos encha a minha alma!”.

IDOLATRIA: O AMOR DOENTIO, O ÓDIO TAMBÉM:
Buscar lideres e segui-los é uma necessidade de todos os animais desde os répteis. Precisamos e queremos esse líder, e no caso dos seres humanos, há uma necessidade de idolatrar, associá-lo a um ser superior, com ares de super herói. Assim começa um processo doentio de administração, referencia, “amor cego”, em que projetamos nele um ser perfeito, justo, protetor. Criamos uma imagem exagerada, fantasias, expectativas doentias. Um dia, um erro, um não, uma decepção qualquer e... Como esse “amor” era falso, exagerado e doentio, a coisa passa após a decepção a virar um ódio igualmente insano, vontade de bater, matar, destruir. Quer um exemplo: O Ronaldo Fenômeno na copa de 2002, penta campeão, nosso ídolo, e, em 2006, o gordo, safado, que só queria balada, irresponsável, farrista. É amigos, céu e inferno convivem lado a lado, é uma questão de detalhes, mil vezes que alguém diz “SIM” ele é anjo, no primeiro “NÃO”, “NÃO POSSO” ele vira sapo.
Reparem uma coisa: somos exigentes exageradamente críticos, queremos que nossos ídolos sejam perfeitos, sempre sorridentes, lindos craques, que joguem sempre bem, que não fumem, não bebam, não tenham mal hálito, barriga, celulite, ufá!!! Coitado desse ídolo se quiser se tornar humano, ter fraquezas, maus dias, errar, tomar um chope, ir namorar ou coisa que o valha. Será execrado em praça pública: beberrão, mascarado, e outros termos impúblicaveis.

O IMPACTO DAS CRÍTICAS NEGATIVAS, CALÚNIAS E FOFOCAS EM AMBIENTES FAMILIARES, PROFISSIONAIS E SOCIAIS E EM PESSOAS PÚBLICAS:
Como vimos, infâmias, calunias, difamação se confundem com a própria história humana.
Peguem a Bíblia e lá há milhares de citações, onde estes termos são usados. Aliás basta pegar os evangelhos e perceber que Jesus Cristo foi alvo constante desses “pobres de espírito” que não só duvidavam de seus poderes e feitos, mas o perseguiram, ameaçaram e o mataram. E olha que Cristo doutrinava: “Com as mesmas palavras que julgares serão julgados, com as mesmas medidas que medis, serás medido” ou ainda: “Atire a primeira pedra àquele que nunca errou, que nunca pecou!”.
Assim infelizmente, ora movido à inveja, ciúmes, pela competição, pela maldade, ódios e mágoas, ou ainda por medo, insegurança e covardia ou sadismo, o certo é que todos esses sentimentos estão sempre presentes em ambientes coletivos (em casa, trabalho, sociedade, comunidades, desde Supremo Tribunal, passando por igrejas, entidades profissionais de médicos, engenheiros, advogados, política, até sindico de prédio). Tudo pode ser resumido numa só palavra: IMATURIDADE! Essa condição que nos leva a destruir pessoas, comunidades e grandes propostas de tanta pequenez e mesquinharia.
Portanto quando o ambiente é “envenenado” por essas calúnias, fofocas, o prejuízo é de todos. Se a empresa tem um “clima pesado” todos respirarão um “ar poluído” e serão algozes e vítimas, pois, relacionamento interpessoal significa troca de energia! Temos que sair da visão egoísta, pessoal, imatura e ver o todo e o coletivo. Isso vale para dentro de casa, para o trabalho, o prédio, a comunidade, entidades em geral.

A ARTE DE CRITICAR:
Criticar é inerente ao ser humano, mas na minha experiência como médico, terapeuta (aposentado, lembrem-se) estudioso do comportamento, vi três tipos básicos de críticos:
1. HIPERCRÍTICO: 60% a 70% das pessoas tendem a sempre buscar algo, para criticar, tipo: “A festa estava maravilhosa, mas a roupa da debutante, meu Deus, um horror!” Já tem olho clínico para enxergar defeitos e problemas. Em geral altamente imaturas, frustradas, invejosas, querem destruir a reputação alheia pela incapacidade de se destacarem como profissionais, em casa, destroem. Nunca constroem! Ah se fossem, mais ocupados existencialmente, não gastariam o tempo vigiando e detonando reputações e projetos alheios.
2. O CRITICO NEGATIVISTA E OBSESSIVO: Por sua rigidez, perfeccionismo, hiperexigencia, e tipicamente o que vive “colocando o dedo na ferida”. Se dizendo “extremamente franco”, vive atento a pequenas falhas, imperfeições, SÓ DÁ REFORÇO NEGATIVO! Vê o pai se esforçando, caminhando, fazendo abdominal e solta uma “essa barriga não tem jeito, só fazendo uma lipo!” Ou aquele que vê funcionário se esforçando, ficando além do horário e diz: “É burro demais, tem mais é que dobrar expediente!” São os chefes mais centralizadores, os pais mais estressantes e em geral “odeiam ser criticados!”.
3. O BOM CRÍTICO, O CRÍTICO ASSERTIVO: Inicialmente o melhor crítico é simultaneamente o mais humilde e atento CRITICADO, assim como o melhor sábio é o melhor aprendiz! Este, sabe ouvir, não tem dificuldade de dizer ERREI, como é natural ouvi-lo dizer PERDÃO! Compreende o outro, mesmo que não concorde com esse. Não grita, nem é passivo, é firme e educado.

E olhem a DICA da semana: pratiquem naturalmente o “P.N.P.”. Inicialmente antes de falar do que não está bom, use o primeiro P, dê um reforço positivo, afinal todos nós temos virtudes, além dos nossos defeitos, depois fale do N, o negativo, a crítica construtiva, afinal o bom crítico quer ajudar e não detonar o outro. E, por ultimo, o segundo P, projete um futuro positivo caso a pessoa corrija aquela falha. Eis um bom exemplo de PNP: “Ô fulano, você já trabalha comigo há quatro meses e tenho percebido seu valor, é responsável, pontual, honesto, MAS já notei que você usa muito o telefone do trabalho para assuntos pessoais, PORTANTO se você deixar tais ligações para o período que já saiu do trabalho, você será um grande profissional e subirá muito aqui na empresa!” Simples, eficiente e funcional, afinal todos gostamos de ser reconhecidos e queremos evoluir e crescer na vida.

FRASE DA SEMANA: “Bendita a pessoa que conseguir compreender e incompreensão alheia!”.

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