quarta-feira, 17 de março de 2010



Nestes vinte e tanto anos como psiquiatra, psicoterapeuta e neurocientista, tenho tido a grande oportunidade de participar da história de milhares de clientes, além de palestras, que venho ministrando para dezenas de milhares de pessoas, tentando denunciar a falência do ser humano moderno (homo sapiens sapiens). E nada é mais flagrante que, ao dar ênfase preponderante á sua capacidade intelectiva (energia do pensamento), este ser, de forma desastrada e inconseqüente, tem acelerado tempo e espaço, criado stress irreal, usado e abusado de mentiras, inverdades, omissão, falta de sabedoria, criado ilusões tecnológicas, mas se perdendo em sua infelicidade, que é compensada com suas conquistas materiais.
Pobre ser humano, que adoeceu na área mais divina: o afeto. Sim, estamos diante de uma epidemia de depressão, ansiedade, de pânicos, fobias, insônia, violências, vícios. Atualmente nos adoecemos com as ansiedades modernas: workaholic (vício no trabalho, incapacidade de ter lazer), shoppingmania (compras excessivas, impulsivas, com culpas e angústias depois), sexomania (sexualidade instintiva, impulsiva, viciosa,sem prazer correlato), anorexia em crianças, bulimias, vício em drogas (bebida, cigarro, maconha, cocaína, anfetaminas – remédio para emagrecer – sedativos e calmantes, cafeína, guaraná em pó, ginseng, etc..), tecnofilia – vício em aparelhos eletrônicos – computador, TV a cabo, vídeo games, etc..
Ufa! Até o final do século, ninguém escapará: alguma ansiedade patológica vai nos atacar.
Não há dúvida de que a urbanização rápida deste século, o predomínio do capitalismo, a sobreposição da cultura ocidental sobre a oriental, a mudança da atuação da mulher desde a década de 30, a degradação ambiental, as injustiças sociais cada vez mais acentuadas e criando duas espécies – Homo tecnologicus e Homo desqualificatus – além da rapidez das transformações, tudo isso resultou na falência das relações humanas e desconsiderou valores que podem ter sido esquecidos, mas são eternos: o amor, o respeito, a sabedoria, simplicidade, a fé, a solidariedade, as leis naturais e divinas, que regem desde átomos até sistemas solares e galáxias.
Amigo: A você, perdido nessa selva de violência, desamor, interesses escusos, líderes onipotentes, vaidosos, egocêntricos. A você que anda sem tempo, viciado em informação, pagando impostos injustos, sustentando essa “corja desonesta”. A você, malcasado, lembre-se de que o casamento bom é aquele onde existe maturidade, respeito ás diferenças e aos espaços individuais; aquele onde não há interesses dissimulados nem jogos (ciúme, culpa, dó, chantagens emocionais, opressão, competitividade), onde impere a naturalidade, a espontaneidade, a solidariedade. A você, mal remunerado, arrisque-se amigo! Concilie prazer, criatividade, vá a luta, saia dessa, dê o salto. A você, solitário em suas angústias e decepções. A você, aposentado da vida (não se esqueça de que a vida é um eterno desafio, um constante recomeçar), volte a sonhar, vire consultor, vire sábio. A você, reclamador compulsivo. A todos vocês, eu agora revelo o segredo:
Deus nos criou para o prazer, a alegria, a leveza, a paz, a harmonia, o equilíbrio. Precisamos extrair do meio ambiente os elementos essenciais para o meio interno (físico e psicológico) de cada um de nós. Ecologia humana. É isso, uma sintonia entre os ambientes interno e externo.
Busque a luz! Seja feliz e lembre-se: cada um é agente de si mesmo. Chega de falar mal do país, da cidade, da mulher, dos filhos, do trabalho, da empregada; faça sua parte!
A seguir, alguns textos, baseados em minhas palestras, para reflexão:

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