segunda-feira, 26 de abril de 2010

História II: Síndrome do “Ai que saco”

Novela Casos de Família

Disparou: Que saco! Paia veio!

Era o que mais se ouvia, não só em casa, mas no colégio, no shopping, na boate. A síndrome do “saco cheíssimo”.
Pensou mais uma vez que a vontade que tinha era sumir, ir pros States, para Europa, sei lá. Não agüentava mais a encheção do irmão, “aquele troglodita” que irritava só de ver. Ligou o computador, tentou amarrar um papo na sala de paquera, mas veio o de sempre: o Gostosão de Curitiba, o Tarado de Santos e até o último Romântico de Goiás. Ridículo véio.
Ligou a TV a cabo e só rolava a repetição da repetição do filme que já tinha visto no cinema. Fez zapping, e sonolenta desistiu. Caiu do sono e até sonho com desastre, que o carro tinha perdido o freio, ela tentando não capotar... Acordou “capotada” as 6 da tarde, mau-humorada, com preguiça e aquela fome por chocolate – era chocólatra – e se enfarofou na caixa de bombom, depois, cheia de culpa, tentou vomitar, sempre assim, e o psicólogo explicando que isso era bulimia e que tinha que melhorar sua estima, e essas baboseiras que ouvia toda semana na terapia.
-Ai que saco! Repetiu pela centésima vez. Mais um dia chato e sem sentido. Ligou para a Ro, mas ela estava “chapada”,devia ter fumado vários “becks” a tarde inteira . Perguntou-se qual de nós duas vive melhor?





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