Maria Caxanga estudava exageradamente e de forma preocupada, estressante. Tímida, recatada, religiosa em excesso, achava tudo pecado, cheia de culpas, tabus e preconceitos. Com isso estava sempre mais sozinha, nos cantos, tímida, e não suportava palavrões, “brincadeiras sem graça” dos meninos e das meninas. Nunca tinha “ficado” com ninguém, nem ia a shopping ou fazia esportes, nada. Sua única amiga era Xuxuquinha, que tinha muita paciência e compreensão.
Um dia estava na biblioteca, seu lugar predileto, à tarde, depois das aulas, quando sentiu algo estranho, esquisito mesmo, uma coisa úmida, parecia que um líquido – xixi? Pensou, havia escorrido na sua calcinha. Olhou espantada e viu que sua roupa íntima estava realmente molhada. Ficou vermelha, sem graça, apavorada, mesmo não havendo ninguém prestando atenção. Correu para o banheiro e aí sim, quase entrou em pânico: era sangue, parecia que tinha se machucado? Mas não se lembrava e nem sentia dor. Será que é xixi com sangue, pois tinha problema nos rins? Começou a chorar com desespero. Colocou um rolinho de papel higiênico tampando a vagina e foi direto para casa, bem próxima do colégio. Não havia ninguém e o pior, continuava sangrando. Ligou para Xuxuquinha, sua única amiga, sempre bem informada, decidida e madura.
- Alô, Xuxuquinha?
- Oi Maria, que voz é essa? Está chorando?
- É que aconteceu uma tragédia!
- Nossa, calma, me conta o quê que foi Maria Caxanga!
- É que estou sangrando bem naquele lugar, sabe qual?!
- Como assim?
- É onde sai o xixi.
- Na vagina?
- Ai, que vergonha, é sim, não sabe o que foi mamãe não está e achei...
- Calma, minha amiga é só a menstruação que chegou finalmente Maria, afinal você já tem 14 anos. Parabéns!
- Como assim?
- Ué! Você virou mulher Maria Caxanga, isso é muito legal, só que dá trabalho. Sua mãe não tinha te contado te preparado para isso?
Um silêncio se fez, e do outro lado um choro se fez ouvir.
- Eu não sei nada sobre menstruação, você sabe minha mãe é fechada, inibida, rígida e eu pareço com ela, a gente quase não conversa.
“Xu”, como era conhecida a Xuxuquinha, não teve dúvida.
- Maria Caxanga, calma que eu vou à sua casa, te empresto meus absorventes até sua mãe chegar. Não se preocupe, é a coisa mais natural do mundo.
No dia seguinte, Maria não foi à aula e Xu preocupou-se, pois achou a reação de Dona Joana Caxanga muito inadequada: ela apenas disse para andar com “moldes” e como usar quando acontecesse novamente. E pôs a filha de cama como se menstruação fosse doença ou vergonha ou ainda algo nojento e repugnante.
Xuxuquinha ficou pensando em como ajudar a melhor amiga e a melhor forma de falar sobre menstruação de uma forma legal e não traumatizante.
- É impressionante a dificuldade que as pessoas, os jovens, seus pais, os professores têm para lidar com situações tão naturais como é o caso da MENSTRUAÇÃO. Pensou Xuxuquinha.
Recordou-se então de como foi com ela e como seu pai tinha sido “dez”. Quando sua mãe contou ao marido que Xuxuquinha havia menstruado pela primeira vez, ele chegou em casa com uma orquídea linda e um bilhetinho: “Para minha lindinha nunca esquecer a beleza e a responsabilidade de ser mulher”. E chamou-a junto com a mãe para ir ao restaurante Japonês que eu Xu tanto gostava. Lá, ele no meio de brincadeiras para descontrair, disse algo que ela nunca mais esqueceu:
- Lindinha, sabe o que é poético na menstruação?
- Ora pai, isso não tem nada de poético, é esquisito e incômodo.
- Até concordo, tudo que sangra dá uma sensação estranha, um misto de nojo com aflição, né Xú?!
- É isso que senti pai.
- Mas sabe como eu vejo a menstruação? Imagina Xú, um ninho que a mulher traz dentro de si, que é o útero. Imagine a metade de um ovo que ela produz – os óvulos. Hoje, foi a primeira vez que o ninho funcionou, mas como gerar um filho é uma das maiores maravilhas, mas exige que a mulher esteja madura, que encontre um parceiro ideal, que ame, tenha uma situação econômica que permita criar o filho, então fruto deste amor, da sexualidade saudável. A outra parte do ovo, o espermatozóide do marido fará com que surja a gravidez, a barriga (e o útero) cresce, a mama começa a dar leite e o milagre acontece. Mas como todo mês vem um novo óvulo, o ninho (útero) sempre se prepara para a gestação, e assim, quando esta não vem, pois não é a hora, esse “ninho” se desfará, e aí, o útero se descama para eliminar o óvulo, e por isso sangra.
- Puxa vida, pai, eu não tinha pensado sobre menstruação dessa forma.
- É, sabe filha, disse a mãe da Xu, infelizmente algumas meninas não sabem distinguir o desejo – que vocês chamam de “tesão”, da maternidade. Por isso, quem transa e não tem informação, acaba engravidando antes da hora, e aí, a vida já começa complicada.
- Sabe mãe, teve uma menina do 1º ano do 2º grau, de 15 anos, que engravidou e está dando o maior problema.
- É sempre difícil para os pais, para o menino, mas principalmente para a menina que perderá uma fase muito importante na vida que é a adolescência, fase das festas, namoros, viagens, diversão, esporte.
- Xuxuzinha, disse o pai carinhosamente, outra coisa que acontece é que os hormônios da mulher se alteram nessa fase, e às vezes acontece a chamada T.P.M. – tensão pré menstrual – com tristeza, irritação, dor de cabeça, choro e outras alterações. Caso você sinta algo assim, dê um toque no seu pai ou na sua mãe.
Um dia estava na biblioteca, seu lugar predileto, à tarde, depois das aulas, quando sentiu algo estranho, esquisito mesmo, uma coisa úmida, parecia que um líquido – xixi? Pensou, havia escorrido na sua calcinha. Olhou espantada e viu que sua roupa íntima estava realmente molhada. Ficou vermelha, sem graça, apavorada, mesmo não havendo ninguém prestando atenção. Correu para o banheiro e aí sim, quase entrou em pânico: era sangue, parecia que tinha se machucado? Mas não se lembrava e nem sentia dor. Será que é xixi com sangue, pois tinha problema nos rins? Começou a chorar com desespero. Colocou um rolinho de papel higiênico tampando a vagina e foi direto para casa, bem próxima do colégio. Não havia ninguém e o pior, continuava sangrando. Ligou para Xuxuquinha, sua única amiga, sempre bem informada, decidida e madura.
- Alô, Xuxuquinha?
- Oi Maria, que voz é essa? Está chorando?
- É que aconteceu uma tragédia!
- Nossa, calma, me conta o quê que foi Maria Caxanga!
- É que estou sangrando bem naquele lugar, sabe qual?!
- Como assim?
- É onde sai o xixi.
- Na vagina?
- Ai, que vergonha, é sim, não sabe o que foi mamãe não está e achei...
- Calma, minha amiga é só a menstruação que chegou finalmente Maria, afinal você já tem 14 anos. Parabéns!
- Como assim?
- Ué! Você virou mulher Maria Caxanga, isso é muito legal, só que dá trabalho. Sua mãe não tinha te contado te preparado para isso?
Um silêncio se fez, e do outro lado um choro se fez ouvir.
- Eu não sei nada sobre menstruação, você sabe minha mãe é fechada, inibida, rígida e eu pareço com ela, a gente quase não conversa.
“Xu”, como era conhecida a Xuxuquinha, não teve dúvida.
- Maria Caxanga, calma que eu vou à sua casa, te empresto meus absorventes até sua mãe chegar. Não se preocupe, é a coisa mais natural do mundo.
No dia seguinte, Maria não foi à aula e Xu preocupou-se, pois achou a reação de Dona Joana Caxanga muito inadequada: ela apenas disse para andar com “moldes” e como usar quando acontecesse novamente. E pôs a filha de cama como se menstruação fosse doença ou vergonha ou ainda algo nojento e repugnante.
Xuxuquinha ficou pensando em como ajudar a melhor amiga e a melhor forma de falar sobre menstruação de uma forma legal e não traumatizante.
- É impressionante a dificuldade que as pessoas, os jovens, seus pais, os professores têm para lidar com situações tão naturais como é o caso da MENSTRUAÇÃO. Pensou Xuxuquinha.
Recordou-se então de como foi com ela e como seu pai tinha sido “dez”. Quando sua mãe contou ao marido que Xuxuquinha havia menstruado pela primeira vez, ele chegou em casa com uma orquídea linda e um bilhetinho: “Para minha lindinha nunca esquecer a beleza e a responsabilidade de ser mulher”. E chamou-a junto com a mãe para ir ao restaurante Japonês que eu Xu tanto gostava. Lá, ele no meio de brincadeiras para descontrair, disse algo que ela nunca mais esqueceu:
- Lindinha, sabe o que é poético na menstruação?
- Ora pai, isso não tem nada de poético, é esquisito e incômodo.
- Até concordo, tudo que sangra dá uma sensação estranha, um misto de nojo com aflição, né Xú?!
- É isso que senti pai.
- Mas sabe como eu vejo a menstruação? Imagina Xú, um ninho que a mulher traz dentro de si, que é o útero. Imagine a metade de um ovo que ela produz – os óvulos. Hoje, foi a primeira vez que o ninho funcionou, mas como gerar um filho é uma das maiores maravilhas, mas exige que a mulher esteja madura, que encontre um parceiro ideal, que ame, tenha uma situação econômica que permita criar o filho, então fruto deste amor, da sexualidade saudável. A outra parte do ovo, o espermatozóide do marido fará com que surja a gravidez, a barriga (e o útero) cresce, a mama começa a dar leite e o milagre acontece. Mas como todo mês vem um novo óvulo, o ninho (útero) sempre se prepara para a gestação, e assim, quando esta não vem, pois não é a hora, esse “ninho” se desfará, e aí, o útero se descama para eliminar o óvulo, e por isso sangra.
- Puxa vida, pai, eu não tinha pensado sobre menstruação dessa forma.
- É, sabe filha, disse a mãe da Xu, infelizmente algumas meninas não sabem distinguir o desejo – que vocês chamam de “tesão”, da maternidade. Por isso, quem transa e não tem informação, acaba engravidando antes da hora, e aí, a vida já começa complicada.
- Sabe mãe, teve uma menina do 1º ano do 2º grau, de 15 anos, que engravidou e está dando o maior problema.
- É sempre difícil para os pais, para o menino, mas principalmente para a menina que perderá uma fase muito importante na vida que é a adolescência, fase das festas, namoros, viagens, diversão, esporte.
- Xuxuzinha, disse o pai carinhosamente, outra coisa que acontece é que os hormônios da mulher se alteram nessa fase, e às vezes acontece a chamada T.P.M. – tensão pré menstrual – com tristeza, irritação, dor de cabeça, choro e outras alterações. Caso você sinta algo assim, dê um toque no seu pai ou na sua mãe.
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