A carência é uma frustração praticamente generalizada hoje em dia. As pessoas estão carentes no ambiente de trabalho, ao fazerem aquilo de não gostam; carentes na família, porque cada uma está preocupada com os próprios problemas e não com a vivência coletiva. As pessoas estão carentes nas relações namoro, de casamento. A carência é grande, porque as pessoas estão sem tempo umas para as outras.A vida movimentada, cheia de informações, deixa-nos todos insatisfeitos.
Para não se sentir carente, é preciso investir no afeto, na parceria, na cooperação, e aprender a expressar sentimentos, a desenvolver o diálogo afetivo, a abraçar, a tocar, a comunicar-se com os filhos, com os irmãos, namorados, com o marido, a mulher. A carência só se vai resolver quando tivermos mais tempo, quando passarmos também a solicitar do outro esse tempo maior para se dedicar à relação. É preciso abandonar esse mundo cheio de informações, esse mundo rápido, tecnológico, e começar a curtir a natureza, a lua, a passar um de semana em lugares novos, onde as pessoas voltem a conversar, a trocar experiências e sabedoria, tendo uma estrutura menos carente, do ponto de vista afetivo.
Tornarmo-nos mais criativos quando desligamos a TV, propomos a volta da conversa, do papo, da amizade, do espaço para escutar e falar, quando as relações humanas começam a ser priorizadas, em detrimento do dinheiro, das questões materiais. Está na hora de combater essas carências. No fundo, as pessoas estão muito solitárias e insatisfeitas, mesmo tendo tudo, do ponto de vista material, mas não tendo o que é mais importante: a segurança, o tempo, o sentir-se acolhido, numa relação com troca de afeto, carinho, atenção e cuidado de uns em relação aos outros.
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