quinta-feira, 8 de outubro de 2009

EXISTE REALMENTE O AMOR?


Reprodução da coluna do Jornal Super Notícia do dia 22/03/2008 (Comportamento, relacionamento e qualidade de Vida).


“Te Amo! – Nunca ouviu-se tanto essa expressão que chega até a se tornar banal, rotineira. A galera vai para a balada, “fica” e, ou “nem te ligo” e deleta a “ficante” e muitas vezes a intimidade sagrada de um beijo (que há tempos atrás exigia muito esforço por parte dos homens e muita resistência por parte das mulheres, levava-se dias, meses e até anos para conquistar e por isso mesmo tinha valor, pois esse é proporcional a dificuldade para obter algo) é obtida facilmente e os ficantes muitas vezes nem sabem o nome um do outro. Ou a “ficação” vai evoluindo e começa a surgir uma possibilidade de compromisso. Um dia vem o namoro e o inevitável “EU TE AMO!”.
Caros adolescentes de todas as idades, desde colegiais de todas as idades, desde colegiais aos “BBBs”, aos tiozãos de 40, 50 e até os “rapazes ricos e conquistadores da terceira idade”. ISSO NÃO É AMOR!

PAIXÃO: PERIGO A VISTA
Toda relação afetiva é disparada pela ATRAÇÃO, que tem distintos fetiches, formas, taras, mas que envolve um mecanismo psíquico que chamamos de DESEJO. Ativado esse circuito, a área afetiva do cérebro começa a pulsar freneticamente, e uma energia alucinante modifica desde a química com neurotransmissores poderosos, opióides ligados ao prazer, euforia, e há uma “tsunami” que faz da mente, sede do pensamento, sentimento e desejo, uma central obsessiva, monotemática, onde 24 horas por dia só se pensa na pessoa idolatrada. O cérebro de um apaixonado se assemelha muito ao de um usuário de cocaína!
Sim, paixão vicia, causa abstinência, adoece, faz com que a pessoa perca ao juízo crítico da realidade, faz loucuras, se torna ridículo, perde a noção do certo e do errado, do bom senso, da autocrítica. Quando vemos crimes “passionais” (que vem de paixão), onde por ciúme, vingança, não correspondência de sentimentos, cometem loucuras, dá para entender significado da palavra paixão, que originalmente equivale a dor! Daí o termo PAIXÃO DE CRISTO, A DOR DE CRISTO E A SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO.

PAIXÃO SEMPRE ACABA, É TEMPORÁRIO

Sendo esse sentimento tão forte, turbulento e intenso, ele é finito até para preservar a mente e o cérebro. Pode durar dias, meses ou anos, mas acaba e ai surgem três possibilidades:

INDIFERENÇA
Após a fase fogosa em que o parceiro era “um deus”, “um ser perfeito”, vem o balde de água fria. Começa a notar defeitos, a atração acaba, mas muitas vezes, já casados ou acasalados, vem o dia-a-dia, a rotina, o cada um cuida de si.

AVERSÃO
Ainda pior, ocorre quando findo o “feitiço e encantamento da paixão”, príncipes e princesas viram “sapos e sapas” e a antipatia e a intolerância chegam á beira do nauseante e um não consegue nem ouvir a voz do outro, dá nojo, arrepio. É o fim da linha. Separações são inevitáveis, o desrespeito é intenso.

AMOR
Ai sim o mais sublime, raro e nobre dos sentimentos que um ser humano pode vivenciar. O que o diferencia de todos os outros seres na face da Terra. O amor é divinizar e está além da materialidade, da estética, da posse, é semeado em vida e colhido na eternidade.

AMOR É ALGO DE DENTRO PARA FORA

Mas abandonemos o amor parceiro a parceiro, de casais, homem-mulher. Comecemos no amor que Cristo tenta nos doutrinar e ainda não aprendemos. O “amor ao outro, como a ti mesmo”. Olhe a sutilidade, primeiro eu tenho que amar a mim mesmo! Só assim estarei apto a amar alguém. E amar a si mesmo é o mais difícil, pois tenho que me aceitar com o meu físico sempre pior que eu gostaria de ter, com imperfeições que eu sempre acho pior que as de outros, com minhas frustrações, erros, defeitos, pecados ....
E começo a ver que tenho boas coisas, que tenho virtudes, vitórias, conquistas, que faço boas coisas, me dedico, me esforço, acerto, consigo e , enfim, ME ACEITO! Faço as pazes comigo, já não preciso ser o máximo, o perfeito, o importante, o astro. E recuperada a estima, sereno, começo a amar a mim mesmo. E transbordo esse amor aos que me cercam, aos filhos, pais, amigos e áquela pessoa que a partir da paixão se tornou o meu amor, a minha musa, minha companheira, parte da minha alma, habitante de um mundo afetivo onde lado a lado, de mãos dadas, enfrentamos os bons e maus momentos paradisíacos, munidos de instrumentos essências para a grande caminhada existencial pela vida material: o respeito, a confiança (que em latim significa a fé compartilhada), a admiração (em latim significa olhar quem está ao lado), afinidade, amizade! Sim, senhores, amor é algo que se conquista, se constrói, e cresce a cada dia rumo ao infinito e na certeza do eterno!
Um dia, quem, sabe esse amor que Cristo na sua paixão nos legou seja tão transbordante e generoso que você consiga, como Ele, amar até teu inimigo!!!
Dedico essa coluna aos meus quatro filhos: Rafael, Alessandro, Marcella e Anna Clara. A todos os meus clientes e ex-clientes, leitores dos meus livros, participantes de palestras, leitores das colunas. Mas a homenageada especial, a minha musa esposa Juliana,que me ensina a cada dia a multiplicar o amor que brota em mim, que também me presenteou com 02 filhos maravilhosos (Maria Eduarda e Bernardo), gerados e embalados por esse amor serão construtores de um novo tempo, onde a fraternidade, a misericórdia, a compreensão e, principalmente, o verdadeiro amor gerarão um novo mundo, mas justo, de paz e harmonia e então a PAIXÃO DE CRISTO TERÁ VALIDO A PENA!!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário