quinta-feira, 29 de outubro de 2009

A GERAÇÃO DOS PAIS DESCARTÁVEIS E ÓRFÃOS DE SEUS FILHOS:

Texto reproduzido (Eduardo Aquino) do Jornal Super Notícias do dia 14/06/09.

Reaprendendo a Viver – pequenas lições sobre o comportamento, relacionamento e mente humana.


Uma última pesquisa publicada é desalentadora: pais e filhos conversam (ou trocam palavras) em media 8 (oito) minutos por dia!!! Chamar isso de relacionamento é querer dourar muito a pílula. Culpa de quem?
Bom vale a pena tentar compreender esse desastre. Em primeiro lugar vejamos o mundo pelo ângulo dos pré-adolescentes, adolescentes e adultos-jovens. O mundo deles é uma tela de computador, vídeo games e similares. Paciência, vamos tentar escutá-los, mas antes peçam que desliguem os celulares, Ipodes, Iphones, o som ensurdecedor no quarto. Se ainda conseguir chegar até aqui peça um minuto da atenção deles e entre os “ai que saco“, “o que foi dessa vez“, “oh treva“, “bizarro“, e aquela expressão de impaciência tente iniciar um diálogo produtivo. “Sinistro“ né papai, mamãe, vovô, professor, eles não nos escutam.
Agora vejamos nós: a geração que teve que desajeitadamente tentar se adaptar a teclados, internet, googles, blogs, agora o tal de twitter, Youtube, orkut, MSN, e sei lá mais que novidade a cada dia, e são tantas que nem sabemos escolher o que queremos, somos menosprezados pelos nossos filhões, envergonhados de nossa semi analfabetismo internáutico e de multi-meios. Ficamos mendigando atenção, carinho, respeito! Ora como dizem eles: somos pais ridículos!!! Órfãos de filhos vivos, mas ausentes que foram “adotados“ pelos eletrônicos, seduzidos pela internet, abduzidos pelas baladas, “sexo, droga e rock-in-roll“. Mandam desmandam, chantageiam para ganhar o tênis e roupa de grife, queixam que colegas já tem a novidade eletrônica – seja TV de plasma, a banda larga ou lap-top e sei lá o que.
Quer algumas dicas? Vamos lá:
1- Valor é algo que cuidamos, preservamos, queremos do nosso lado, aquela correntinha de ouro que o avô nos deu por exemplo. Já utilidade é tudo aquilo que só lembramos quando precisamos, como o aparelho de barba de manhã. Então, veja se seu filho o valoriza, ou se o utiliza, pois se ele só lembra de você na hora da grana, do aperto, da carona, você é como o aparelho de barba: DESCARTÁVEL.
2- Se você é atraente, prazeroso, lúdico, filho quer ficar perto o tempo todo. Se for brigão, cobrador, e cheio de obrigações e deveres, eles um dia baterão as asas e manterão distancia.
3- Se estiver frustrado com essa geração tecnológica, indiferente, egocêntrica, uma boa noticia: aposente suas vaidades de bons pais, baixe suas expectativas, aprenda a se frustrar, mas ao invés de querer prender seus filhotes em seguras gaiolas com alpiste e água fresca, construa todo dia um ninho, aquecido, afetivo, gostoso de morar. Pois seus filhos, crescerão, “ralarão“ para sobreviver, te darão netos, queixarão de suas noras e genros, da crise, do trabalho, da violência, de filhos pentelho...

E no final você sorrirá, assim como seu bisavô sorriu para seu avô, que sorriu para o seu pai quando este queixava das agruras da vida, e do trabalho que você dava a ele com suas bebedeiras, cabelo comprido, boate. Você um dia será avô e seu neto sentado ao seu lado e piscando o olho, dirá: “Juízo menino, ou você mata o seu pai de tanta preocupação!“
Por fim, lembre-se: só deixamos 3 heranças para os filhos:
1- Exemplo de luta e dignidade
2- A sabedoria de quem tentou e errou, tentou e acertou e entre quedas e reerguimentos aprendeu com a vida e deseja transferir esse aprendizado
3- O amor eterno aos filhos, netos, bisnetos...

Como diz a Bíblia “Nu saístes do ventre de sua mãe, tão nu quanto viestes, sairás desta vida e nada que tiveres levarás em tuas mãos, pois isto é vaidade e vento que sopra“.

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