O CAOS NA COMUNIDADE ESCOLAR!?
Educadores estressados, doentes, insatisfeitos, afastados das salas de aula! Alunos sem limite, desinteressados, tribalizados, sem respeito aos adultos. Pais perdidos, dominados, passivos. QUAL O FUTURO DAS ESCOLAS PUBLICAS E PRIVADAS?
Para quem não se lembra, escola era um local sagrado, onde a disciplina e o respeito, as regras de hierarquia, comando, admiração aos mestres era total. Havia medo da cadeira “azul” da diretoria, ser posto para fora de aula, suspensão então nem se fala. Tudo bem era até rígido demais e até punitiva em excesso, mas que funcionava ninguém duvidava. Os “mestres” faziam parte dos restos de nossas vidas, e quando cruzávamos com elas nas ruas, após décadas, nos dirigíamos respeitosos aos diretores aposentados: “Bom dia dona Guilhermina, olha não esqueço suas broncas, mas valeu!”, “É, você sempre foi inteligente mas bagunceiro, né?”. Acreditem, era bom ir para a escola!!!Sério! Ali era uma opção aos amigos da vizinhança, havia a paquera ingênua, o bate-papo na saída, a comparação das notas, o jogo de queimada. O que aconteceu com esse lugar tão sagrado, que hoje educador tem aversão ao trabalho, os alunos vão obrigados e não estão nem aí, e os pais não param de reclamar tanto da escola quanto de seus filhos que não sabem nem fazer “conta de cabeça”, aparecem com tatoo, brinco, roupa esquisita, bebendo, fumando e mal educados.
1º Desafio: A tecnologia que facilita a vida, mas vicia, emburrece e gera preguiça.
Vi uma charge onde aparece uma rua com várias casas: lan house, shopping, academia, boate, barzinho e uma casa caindo aos pedaços e uma placa ESCOLA: “Passamos o ponto”.
Reparem que a explosão da internet, games, celulares, TVs a cabo, Ipod e outras infinitas “novidades eletrônicas” quem aparecem a cada dia, coincidem com o desinteresse e desprazer com que o aluno percebe a escola onde vai “por pressão dos pais” e ainda alegam que sabem mais de informática e eletrônicos do que os pais e educadores (e, no geral, é verdade), fator esse que os faz sentir-se superiores, mais poderosos que os adultos, tão pouco interessantes e desajeitados no universo dos jovens.
2° Desafio: O fim dos internatos e colégios internos de padres e freiras, mas o mito sobreviveu: “quero meu filho educado e letrado”!
Antigamente, no tempo que “prendia-se cachorro com lingüiça” e escolas públicas eram exemplares, as famílias, diante de sua imensa prole (7, 12 filhos) pegaram os mais agitados e “ovelhas-negras”, levaram até o colégio interno aos 9, 10 anos e só buscavam aos 18 “educado e letrado”. Os colégios internos exerciam o papel de lar, disciplinador, educador, orientador, reunindo num só local as funções de pai, mãe, família, escola, vida social. Todos ouviam as terríveis historias – falsas ou verdadeiras- do que acontecia ali: punições severas, rigidez, privações, mas escutava-se também “sou a pessoa que sou, graças à minha formação em seminários e colégios de padres e freiras”. O problema é que até hoje (com famílias cada vez menores), no fundo, os pais querem que as escolas atuais assumam o mesmo papel de educar e formar a moral, o caráter e a ética em seu filho. Não é por aí, pais e escolas tem que entender os seus pois e não ficar culpando uns aos outros, cobrando e exigindo que a educação pedagógica, moral e ética seja função das escolas ou da família. O papel é de ambas as instituições e são complementares.
3° Desafio: Remuneração baixa, excesso de empregos ou turnos de trabalho, péssima condição de trabalho, deficiência graves na formação do educador.
Enquanto não entendermos a educação e saúde como pilares da cidadania e dignidade social, plantaremos péssimos cursos superiores, que se multiplicam nos quatro cantos do país, salários aviltantes que geram professores desesperados e “biscateiros”, espaços físicos caindo aos pedaços, e o pior: COLHEREMOS CIDADÃOS LIMITADOS VIOLENTOS, SEM LIMITES , DROGADIDOS , MAL EDUCADOS, não só nas periferias de grandes cidades, mas também na “zona sul” com filhinhos de papai, analfabetos funcionais, emitindo em média 50 gírias por dia, fumando maconha, se acabando em baladas e com uma sexualidade “animal”. E haja “Big Brother” para nos mostrar os jovens atuais como um bando de “adultescentes”, tribos estranhas, crianças crescidas sem cultura e formação moral, de um vazio de conteúdo devastador, cidadãos de dar dó de se ver.
4° Desafio: Como tornar o ambiente escolar num lugar atrativo, eficaz e resgatar a função que a educação merece ter:
Reparem numa coisa, desde o inicio da coluna dissemos COMUNIDADE ESCOLAR! Nada mudará enquanto não entendermos que nessa comunidade todos têm de participar!! Os pais, os alunos, os professores, os funcionários e a vizinhança que tem a escola como referencia e sofre com o fracasso ou é beneficiado pelo seu sucesso. NÃO EXISTIRÁ MAIS "MUROS" onde cada um freqüenta só o seu espaço: "Entreguei o meu filho no portão da escola e pronto!..." E os pais acham que terminou seu papel. "Recebi o aluno e o encaminhei a sala de aula" e o funcionário lava as mãos. "Já estou nesse saco de escola, fritando a paciência com matérias chatas o que é sinistro, véio..." E o aluno mal suporta esperar o sinal de saída. "Dou a aula, passo a matéria no quadro, quem prestar atenção ótimo, quem não prestar azar, no final todos passam mesmo." Pensa o professor desmotivado.
Cadê a comunidade, a comunicação, a comunhão de idéias? Vamos resgatar o que temos em "comum" ou teremos um conflito onde surgirá uma guerra de "diferenças" de cor, de religião, de condição econômica. A diferença gera tensão, radicalismo, enquanto o resgate do que todo ser humano tem em comum gera compreensão, afeto, solidariedade.
O que fazer?
Espero receber e-mails de alunos, pais, educadores, funcionários que me ajudem a compor a coluna da próxima semana, mas enquanto isso e diante de tantos desafios eu não consigo me conter e dar uma primeira grande dica:
As escolas estão muito iguais, com conteúdos parecidos, uniformes, tudo! É preciso renovar desde o material didático, a dinâmica das aulas, ser mais artesanal, menos tela, menos visual moderninho e mais estímulo rústico "mão na massa", ativar a curiosidade, propor experimentar e não trazer pronto. MAS ATENÇÃO: Enquanto escolas publicas e particulares não investirem no paradidático (ou seja aprendizado não formal, nada de português, biologia, matemática, química, física, historia, geografia, inglês e sim abordagem divertida sobre sono, prevenção a drogas, a timidez, avaliação sobre filhos de pais separados, sexo, limites, baladas), enfim não conseguir entender a relação direta do comportamento de pais, alunos, educadores, funcionários com rendimento escolar, fidelização e freqüência à carga horária, haverá um esvaziamento daquela escola (perda de alunos, qualidade, eficácia). A escola do futuro é a escola de todos, pois a matéria mais importante nesse novo milênio é "A VIDA"!! E nela somos todos reprovados e repetentes!! .
Semana que vem a 2ª parte dessa coluna onde apontaremos algumas soluções a tantos desafios.
Educadores estressados, doentes, insatisfeitos, afastados das salas de aula! Alunos sem limite, desinteressados, tribalizados, sem respeito aos adultos. Pais perdidos, dominados, passivos. QUAL O FUTURO DAS ESCOLAS PUBLICAS E PRIVADAS?
Para quem não se lembra, escola era um local sagrado, onde a disciplina e o respeito, as regras de hierarquia, comando, admiração aos mestres era total. Havia medo da cadeira “azul” da diretoria, ser posto para fora de aula, suspensão então nem se fala. Tudo bem era até rígido demais e até punitiva em excesso, mas que funcionava ninguém duvidava. Os “mestres” faziam parte dos restos de nossas vidas, e quando cruzávamos com elas nas ruas, após décadas, nos dirigíamos respeitosos aos diretores aposentados: “Bom dia dona Guilhermina, olha não esqueço suas broncas, mas valeu!”, “É, você sempre foi inteligente mas bagunceiro, né?”. Acreditem, era bom ir para a escola!!!Sério! Ali era uma opção aos amigos da vizinhança, havia a paquera ingênua, o bate-papo na saída, a comparação das notas, o jogo de queimada. O que aconteceu com esse lugar tão sagrado, que hoje educador tem aversão ao trabalho, os alunos vão obrigados e não estão nem aí, e os pais não param de reclamar tanto da escola quanto de seus filhos que não sabem nem fazer “conta de cabeça”, aparecem com tatoo, brinco, roupa esquisita, bebendo, fumando e mal educados.
1º Desafio: A tecnologia que facilita a vida, mas vicia, emburrece e gera preguiça.
Vi uma charge onde aparece uma rua com várias casas: lan house, shopping, academia, boate, barzinho e uma casa caindo aos pedaços e uma placa ESCOLA: “Passamos o ponto”.
Reparem que a explosão da internet, games, celulares, TVs a cabo, Ipod e outras infinitas “novidades eletrônicas” quem aparecem a cada dia, coincidem com o desinteresse e desprazer com que o aluno percebe a escola onde vai “por pressão dos pais” e ainda alegam que sabem mais de informática e eletrônicos do que os pais e educadores (e, no geral, é verdade), fator esse que os faz sentir-se superiores, mais poderosos que os adultos, tão pouco interessantes e desajeitados no universo dos jovens.
2° Desafio: O fim dos internatos e colégios internos de padres e freiras, mas o mito sobreviveu: “quero meu filho educado e letrado”!
Antigamente, no tempo que “prendia-se cachorro com lingüiça” e escolas públicas eram exemplares, as famílias, diante de sua imensa prole (7, 12 filhos) pegaram os mais agitados e “ovelhas-negras”, levaram até o colégio interno aos 9, 10 anos e só buscavam aos 18 “educado e letrado”. Os colégios internos exerciam o papel de lar, disciplinador, educador, orientador, reunindo num só local as funções de pai, mãe, família, escola, vida social. Todos ouviam as terríveis historias – falsas ou verdadeiras- do que acontecia ali: punições severas, rigidez, privações, mas escutava-se também “sou a pessoa que sou, graças à minha formação em seminários e colégios de padres e freiras”. O problema é que até hoje (com famílias cada vez menores), no fundo, os pais querem que as escolas atuais assumam o mesmo papel de educar e formar a moral, o caráter e a ética em seu filho. Não é por aí, pais e escolas tem que entender os seus pois e não ficar culpando uns aos outros, cobrando e exigindo que a educação pedagógica, moral e ética seja função das escolas ou da família. O papel é de ambas as instituições e são complementares.
3° Desafio: Remuneração baixa, excesso de empregos ou turnos de trabalho, péssima condição de trabalho, deficiência graves na formação do educador.
Enquanto não entendermos a educação e saúde como pilares da cidadania e dignidade social, plantaremos péssimos cursos superiores, que se multiplicam nos quatro cantos do país, salários aviltantes que geram professores desesperados e “biscateiros”, espaços físicos caindo aos pedaços, e o pior: COLHEREMOS CIDADÃOS LIMITADOS VIOLENTOS, SEM LIMITES , DROGADIDOS , MAL EDUCADOS, não só nas periferias de grandes cidades, mas também na “zona sul” com filhinhos de papai, analfabetos funcionais, emitindo em média 50 gírias por dia, fumando maconha, se acabando em baladas e com uma sexualidade “animal”. E haja “Big Brother” para nos mostrar os jovens atuais como um bando de “adultescentes”, tribos estranhas, crianças crescidas sem cultura e formação moral, de um vazio de conteúdo devastador, cidadãos de dar dó de se ver.
4° Desafio: Como tornar o ambiente escolar num lugar atrativo, eficaz e resgatar a função que a educação merece ter:
Reparem numa coisa, desde o inicio da coluna dissemos COMUNIDADE ESCOLAR! Nada mudará enquanto não entendermos que nessa comunidade todos têm de participar!! Os pais, os alunos, os professores, os funcionários e a vizinhança que tem a escola como referencia e sofre com o fracasso ou é beneficiado pelo seu sucesso. NÃO EXISTIRÁ MAIS "MUROS" onde cada um freqüenta só o seu espaço: "Entreguei o meu filho no portão da escola e pronto!..." E os pais acham que terminou seu papel. "Recebi o aluno e o encaminhei a sala de aula" e o funcionário lava as mãos. "Já estou nesse saco de escola, fritando a paciência com matérias chatas o que é sinistro, véio..." E o aluno mal suporta esperar o sinal de saída. "Dou a aula, passo a matéria no quadro, quem prestar atenção ótimo, quem não prestar azar, no final todos passam mesmo." Pensa o professor desmotivado.
Cadê a comunidade, a comunicação, a comunhão de idéias? Vamos resgatar o que temos em "comum" ou teremos um conflito onde surgirá uma guerra de "diferenças" de cor, de religião, de condição econômica. A diferença gera tensão, radicalismo, enquanto o resgate do que todo ser humano tem em comum gera compreensão, afeto, solidariedade.
O que fazer?
Espero receber e-mails de alunos, pais, educadores, funcionários que me ajudem a compor a coluna da próxima semana, mas enquanto isso e diante de tantos desafios eu não consigo me conter e dar uma primeira grande dica:
As escolas estão muito iguais, com conteúdos parecidos, uniformes, tudo! É preciso renovar desde o material didático, a dinâmica das aulas, ser mais artesanal, menos tela, menos visual moderninho e mais estímulo rústico "mão na massa", ativar a curiosidade, propor experimentar e não trazer pronto. MAS ATENÇÃO: Enquanto escolas publicas e particulares não investirem no paradidático (ou seja aprendizado não formal, nada de português, biologia, matemática, química, física, historia, geografia, inglês e sim abordagem divertida sobre sono, prevenção a drogas, a timidez, avaliação sobre filhos de pais separados, sexo, limites, baladas), enfim não conseguir entender a relação direta do comportamento de pais, alunos, educadores, funcionários com rendimento escolar, fidelização e freqüência à carga horária, haverá um esvaziamento daquela escola (perda de alunos, qualidade, eficácia). A escola do futuro é a escola de todos, pois a matéria mais importante nesse novo milênio é "A VIDA"!! E nela somos todos reprovados e repetentes!! .
Semana que vem a 2ª parte dessa coluna onde apontaremos algumas soluções a tantos desafios.
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