domingo, 20 de dezembro de 2009

CAPÍTULO VII:EXERCENDO A AUTORIDADE EM SALA DE AULA OU EM CASA.



Livro Eduardo Aquino: Manual do Educador Terapêutico.

Autoridade é uma função que exige determinação, firmeza, bom senso, prudência. Isso porque todo bando de animais necessariamente segue uma liderança desde que este líder se mostre hábil, capaz de conduzir o coletivo a uma situação de segurança., bem-estar, confiança. Isto é algo natural e esperado, mas atualmente o exercício da autoridade passou a ser um desafio e um sacrifício para muitos educadores e pais, que vivem a sensação de perda do controle sobre crianças e jovens cada vez mais insubordinados e rebeldes que adoram desafiar a autoridade do adulto. Uma primeira observação é que jamais um adulto pode se permitir “nivelar” ao patamar de um comandado. Assim ao ser desafiado em Relação a uma ordem dada, não pode o adulto que exerce a autoridade, permitir tom de voz elevado, bate-boca, ou ser tratado como um “colega”. Se provocado, cabe manter-se firme, tranqüilo, reforçar o comando e instrução dada, evitar discussão paralela e na reincidência de ato de indisciplina providenciar a punição previamente combinada com toda a turma anteriormente. Nunca entrar em polêmicas individuais, palavras de “baixo calão”, “desafios pueris” ou particularidades.
Um grande aprendizado para os que têm a missão de ser autoridade é compreender o exercício dessa posição. Vamos a um exemplo:
Em sala de aula, logo no início das aulas, o educador estabelece com toda a turma, os parâmetros e regras que determinarão o bom andamento das aulas, as atitudes e comportamentos permitidos e desejáveis e aqueles que atrapalham a dinâmica da aula, o método pedagógico.
Esses conjuntos de normas entre professor e aluno norteiam o relacionamento respeitoso e saudável. Ultrapassado os limites, contrariada as normas, a punição se fará a partir da(o) educadora, e em consenso com toda a turma. Essa diluição de responsabilidade é altamente benéfica, demonstra segurança e capacidade de liderança compartilhada. Já um ambiente onde um adulto, ainda que tendo a função como educador e que tente de cima para baixo, impor a autoridade, se verá diante de posturas típicas de adolescentes que nessa fase, são contestadores, rebeldes, transgressores de normas como forma de entender seus limites, desafiando a autoridade como forma de impor-se aos colegas. A perda do respeito, as discussões em tom alto, o uso de palavrões, apelidos ofensivos, gritos e ameaças, bem como manifestação de fraqueza, como choro ou chantagens emocionais, constitui atitudes altamente indesejáveis a pais ou educadores, ao se deparar com a hostilidade e desafios que filhos e/ou alunos costumam “experimentar” o exercício da autoridade. Reação não constrói e sim a ação. Ao contrário de atitudes ora excessivamente agressivos ou demasiadamente passivos, o comportamento ideal, diante de discussões, momentos conturbados é o comportamento ASSERTIVO. Descrevemos este como a capacidade de ser firme, sem ser excessivo ou complacente, manter um tom grave mas sem gritos ou palavrões e ameaças, é quando mesmo diante de tensão ou estresse somos capazes de ponderar, justificando as razões mostrando o ponto-de-vista e bom senso para administrar controvérsias e contornar situações conflitivas. Tal comportamento requer maturidade, capacidade de transigir, flexibilizar, compreender – trocando de lado com o outro – e assim buscando comunicar-se, buscando pontos comuns, ambiente comunitário, fraterno. Uma boa analogia é o bambú, que mesmo não sendo tão forte quanto o carvalho, é capaz de se entortar tanto que diante da tempestade, enquanto o carvalho é arrancado, o bambú humildemente se inclina mas não se quebra, mantendo suas raízes e dominando seu espaço. Excesso de rigidez não é sinônimo de eficiência!

Nenhum comentário:

Postar um comentário