terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Devemos ficar com quem gosta da gente, ou devemos batalhar para ficar com quem a gente gosta?


Extraído do Livro Eduardo Aquino: O que os Jovens gostariam de saber e os Adultos têm dificuldade de responder

Esta é a velha polêmica. No gostar, é fundamental ser sincero. Devo ter fidelidade aos meus sentimentos. Temos de batalhar na vida pelas pessoas, pelo trabalho, por conviver com quem gostamos. No namoro, é preciso ter cuidado. Se não houver envolvimento, a relação fica desigual e pode não dar certo. Sempre tenho de optar pelo que gosto, desejo e quero, por uma questão de coerência e maturidade. Nem tudo na vida é fácil. A vida exige uma batalha contínua em direção ao prazer, à necessidade e às nossas possibilidades e conquistas. Mas, se desejo me relacionar com alguém e não existe correspondência, é fundamental saber lidar com a frustração, com os meus limites, minhas impossibilidades e, aí, buscar novas relações ou me contentar com uma relação apenas de companheirismo e amizade.

Como não magoar quem gosta de você, mas de quem você não gosta?

Ser sincero, ao não deixar o outro criar expectativas ou fantasias daquilo que não ocorrerá. E mostrar que a relação só é possível num nível de amizade e respeito, mas sem possibilidade de namoro ou comprometimento maior.

Quando namoramos e ficamos, quando e como falar com os pais?

Quando existe um bom nível de relacionamento e de respeito, deve-se sempre falar no início do namoro. Um bom diálogo e uma boa amizade entre pais e filhos evitaria essa história de namoro escondido. Pais preparados, que compreendem que os filhos devem ser seus amigos, são as pessoas mais adequadas para compreender, opinar e orientar os filhos quanto às questões de namoro, do amor, da paixão e da sexualidade.

O que você acha de namorar escondido dos 11 aos 14 anos?

Namorar escondido é um problema que envolve os jovens e os pais. Namoro escondido significa que não houve uma relação de confiança entre pais e filhos, o que é uma falha dos dois lados. Tudo o que é feito escondido, sem informação, faz com que o resultado seja sempre problemático. Os pais descobrem e se aborrecem, com razão, por não ter havido confiança. O namoro, assim, é mantido de forma tensa, como se fosse pecado, e dá sentimento de culpa.Cabe aos filhos e aos pais criar um espaço para que o namoro seja sempre discutido entre eles, para que os pais entendam a necessidade dos filhos de namorar. O que é escondido contamina e piora as relações.
O diálogo, a comunicação e a participação são saudáveis para as relações na família. O medo de conta aos pais significa que a relação passa pela opressão, pelo castigo. Temos de enfrentar tudo na vida, até o medo, assumindo posturas para o bom entendimento com os pais, pedindo um voto de confiança;

Voce acha que um namoro escondido compensa os riscos?

Para ter prazer na vida, é necessário o relaxamento, e, para isso, não podemos sentir culpa, ansiedade, insegurança ou medo. Quando namoramos escondido, a tensão é grande, por temermos ser descobertos. Acho isso muito desconfortável. Em minha opinião, não compensa os riscos.

O que fazer quando nos apaixonamos por alguém que já tenha namorado?

Essa situação é difícil. Quando a gente busca o objeto da paixão, a gente tem de correr riscos. Deve haver sinceridade nos sentimentos e nas relações humanas. É importante ser verdadeiro. É preciso também preparar-se para a frustração: se a pessoa por quem nos apaixonamos já tiver namorado (a) e gostar dele (a), devemos respeitá-la. É justo buscar o que queremos, mas essa busca tem de ter respeito.

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