quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

A PRECARIEDADE ATUAL DE IMPOR DISCIPLINA:

LIVRO EDUARDO AQUINO: MANUAL DO EDUCADOR TERAPEUTICO.

As queixas cada vez mais freqüentes de educadores e pais sobre os “abusos, a má-educação, o desrespeito das crianças e jovens com os adultos e a perda da autoridade destes” merece uma análise onde veremos os dois lados de uma mesma história:
PAIS E EDUCADORES: Vamos a algumas falas atuais. “Antes temíamos o olhar repressivo dos pais, hoje continuamos temendo o olhar repressivo dos filhos” ou ainda “Somos da época em ... que comíamos pé e pescoço de galinha para deixar peito e coxas para pais e idosos, hoje como pais, continuamos a comer pé e pescoço de galinha para deixar peito e coxas para filhos”, é lógico que isto está errado!!! Assim é importante mostrar que NÃO ESTAMOS EXERCENDO A AUTORIDADE, IMPONDO DISCIPLINA, SABENDO EDUCAR NOSSOS FILHOS E ALUNOS, DENTRO DE REGRAS, LEIS QUE SEJAM RESPEITADAS PELO MAIS JOVENS. A incrível falta de limites, transgressões a regras, ausência de punição eficiente, tempo para dialogar e conviver com filhos, a ausência de comunicação e intimidade entre pais-filhos, alunos-educadores, estão entre os principais fatores dessa epidemia de falta de respeito, autoridade, dos adultos em relação a crianças e adolescentes, filhos e alunos. Pais e educadores estressados, sem tempo, impacientes, filhos e alunos egocêntricos, indiferentes, viciados em eletrônicos, reinvidicantes, agressivos, autoritários, constitui infelizmente o atual panorama de ambientes familiares e escolares.

O que deveria ser algo natural, prazeroso um exercício natural de pais e educadores se tornou obrigação e dever que se arrasta num deserto de diálogo, na ausência de gratificação e satisfação no relacionamento distante, frio e conflituoso entre jovens e adultos nos tempos atuais. Estatísticas comprovam essa falência relacional: 1 em cada 6 pais arrependeu-se de ter filhos, 1 em 4 pais gostaria de ter menos filhos e 6 em cada 10 adultos solteiros simplesmente não tem pretensão de ter filhos!!! É uma triste constatação verificar que nós adultos estamos frustrados pela impotência e incapacidade de sermos educadores e responsáveis pela formação educacional, ética e moral dos nossos descendentes. Vale ainda uma observação da UNESCO: Em 200 anos corre-se o risco de termos a 1ª geração de jovens pior que a dos pais, por falta de transferência de sabedoria e ausência de diálogo entre pais e filhos “a geração perdida? Com o advento da tecnologia que vem mudando hábitos, conceitos, comportamentos, principalmente a partir dos anos 90, em especial com a popularização da internet e o surgimento de um quadro chamado “tenofilia” ou vício por eletrônicos (vídeo-games, celulares, internets, TVs a cabo e outras mídias) fomos surpreendidos por filhos/alunos que rapidamente assimilaram com impressionante agilidade, o mundo multi-meios enquanto pais e professores com mais dificuldade procuravam se adaptar ao bombardeio de informações num mundo globalizado, rápido, competitivo. Essa “superioridade tecnológica “de filhos e alunos em relação aos adultos, criou uma barreira de preconceitos e falta de admiração dos jovens em relação aos adultos – seres inferiores e desajeitados tecnologicamente falando. E assim a sabedoria, principal herança que uma geração transmite a outra, simplesmente deixou de ser transmitida. Falta diálogo, estímulo, motivação por parte dos jovens e uma submissão, temor, desajeitamento por parte de pais e educadores. Isso tem sido fatal para a estruturação de uma nova geração, que não tem referencia em pais e educadores e sim no conteúdo multi-meios que em grande parte é poluído por informações caóticas, negativistas, contraditórias, uma péssima influencia no geral. Com isso tem-se descrito a “TRIADE MALIGNA” ou seja o comportamento da atual geração é caracterizada por NARCISISMO, EGOCENTRISMO E INDIFERENÇA!!! O resultado são crianças adultizadas na sexualidade nas informações disponíveis, mas sem sabedoria, base estrutural para a vida, adolescentes vulgarizado em baladas, drogas, sexualidade banal, preguiça, sem iniciativas, dependentes com baixíssimo conhecimento geral e interesse pelos temas contemporâneos, “adutescentes” que designam adultos jovens infantilizados que moram com os pais até quase 30 anos, sem interesse em se auto-sustentar e construir uma nova estrutura familiar.

CONCLUSÃO:
É urgente uma modificação no comportamento do adulto (pais e educadores) para reassumir o comando e autoridade no trato com filhos e alunos no sentido de reverter o caos comportamental e a inversão de valores que cresce a civilização atual, com graves conseqüências e uma falência da ética, moral, e as relações interpessoais que assolam o mundo. A inexistência de limites, a falta de exemplo e referências positivas, a individualidade e materialismo que são marca do mundo globalizado, onde a espiritualidade, respeito, cidadania, fraternidade são valores pouco disseminados e exercidos, podem ser citados como fatores que justificam a crise de valores, a falta de humanismo, e principalmente altruísmo nos tempos modernos.

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