quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Livro Eduardo Aquino: Manual do Educador Terapêutico.
CAPITULO II
A FORMAÇÃO DO CARÁTER E ESTRUTURA PSÍQUICA E MORAL DO SER HUMANO:
O que é inato, o que é Adquirido.

Eis uma questão que vem atravessando séculos e séculos e sendo geradora de discussões, controvérsia polêmicas, teses e obras nos meios filosóficos, médicos, científicos e de pesquisas, pedagógicos, sociológicos, literários e assim por diante.
O certo é que toda ciência investigativa do comportamento humano, ora pecou por análises fenomenológicas muito teóricas, explicativas, rígidas e dogmáticas, ora por uma visão organicista, cientifica, cartesiana.
Hoje a evolução da genética comprovou de forma inexorável a determinação oriunda das heranças genéticas, mas para frustração daqueles que querem que a lógica explique tudo e para alegria dos que percebem que a natureza guarda mistérios, sendo também energética subjetiva e caótica, embora simples e perfeita, o Projeto Genoma, ao mapear nosso DNA, chegou à conclusão de que temos no máximo “centenas de genes“ a mais que nossos primos distantes, que são os mamíferos. Isso reacendeu a discussão, mas equilibrou (sempre a palavra equilíbrio, mostra-se mais sensata) os mais radicais de um lado e de outro ao definir: “Somos resultantes de tendências genéticas e familiares pré determinadas que sofrem importantes e significativas modificações adquiridas pelo meio ambiente onde somos criados (região, clima, aspectos sócio econômicos, culturais e crenças familiares, religiosas, culturais, educacionais, ecológicas, fatores ligados á saúde, e outros), mas guiados por opções próprias e individuais a que denominamos livre arbítrio“.
Eis uma definição didática sem pretensão de aprofundar discussões acadêmicas dos que dominam essa área. O certo é que nos dão as bagagens (heranças genéticas), tentam explicar qual o melhor caminho e forma de caminhar (influências e aquisições ambientais – escola, família, religião e meio social, por exemplo), mas ainda assim eu sou o meu próprio guia e acabo indo aonde eu quero (arbítrio próprio) e o resto é a somatória de tudo isso, que me conduz a minha forma de pensar o mundo, sentir o mundo, agir o mundo. “Caminhante não há caminho. O caminho se faz, ao caminhar-se.“
Então, onde um educador, um terapeuta, pode (e deveria) atuar?
1- O que vem na bagagem genética já é determinado ( e olha que os geneticistas estão querendo “brincar de Deus”), portanto, nessa área pouco contribuímos.
2- O arbítrio, sendo individual e livre, pertence a cada um de nós, (também aqui teremos que respeitar o outro).
Aí está: no resto a instigante e hercúlea tarefa de enriquecer ao máximo, as aquisições ambientais através dos ícones: saúde, educação, cultura meio ambiente (bio e ecossistema), profissionalização estimulando assim a ampliação da percepção de mundo, universo, sentido existencial dos nossos filhos, alunos, pacientes, mas também todo e qualquer cidadão que possamos abordar, ensinar e ajudar com nossa formação.

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