quinta-feira, 5 de novembro de 2009

AMORTE ANUNCIADA DAS ESCOLAS PÚBLICAS E A ESPERANÇA DE RESSUCITÁ-LA MAIS DIGNAS E VALORIZADAS.

Reprodução da matéria (Eduardo Aquino) Jornal Super Notícias do dia 02/08/2009

Como o objetivo desse espaço é contrapor as noticias negativas e angustiantes, inerentes aos tempos atuais, num projeto meu e do meu amigo, meu irmão camarada e editor Rogério Mauricio, de ter no Super Noticias, um conteúdo pedagógico, terapêutico (se possível), me surpreendi com a repercussão da coluna passada, ao abordar a Síndrome de Bournout, que vem dizimando a saúde física e psíquica dos educadores. Recebi um número incrível de emails com relatos dramáticos dos professores, ora contando de agressões graves de alunos, ora se reconhecendo num quadro tão freqüente e incrivelmente desconhecido pela maioria (2/3 dos profissionais da educação já estão atingidos pela SINDROME DE BOURNOUT e tendo que ser acusados de “frescura”,corpo mole, “piti“ quando afastados da sala de aula, relatando casos de prefeitos que validam, ou não, atestados médicos, numa situação vexatória e humilhante, até tristes histórias de abandono da carreira que tanto amavam e sonhavam.
Antes de mais nada recordemos:
Síndrome de Bournout caracteriza por:
1- Cansaço e fadiga intensos.
2- Sintomas depressivos e ansiosos (desde angústia, tristeza intensa, até sintomas físicos variados, inespecíficos e com exames normais por exemplo, dor de cabeça, aperto no peito, insônia...).
3- Indiferença, “robotização“ e automatismo no exercício da profissão, até aversão e fobia à sala de aula. Tem ainda a característica dos três “nãos“: Não quero mais dar aula; Não consigo mais; Não me interesso nem tenho prazer na sala de aula.

Vimos que na base disso há um somatório de causas:
• Remuneração indigna para função tão árdua e nobre;
• Ambiente de trabalho hostil, violento, perigoso, estressante;
• A omissão, fraqueza e baixa participação dos pais para educar e estabelecer limites aos filhos.
• Uma geração que a própria Unesco chama de “geração perdida“, nascida nos anos 80 e 90, que só gostam de eletrônicos, são egoístas, mal educados, tiranos, desrespeitosos com os mais velhos e que banalizaram sexo, droga, violência.

Mas o pior: Prefeituras, o Governo Estadual e o Mec, com secretários de educação, políticos e empresários que se negam a perceber que O MAIOR PROBLEMA DAS COMUNIDADES ESCOLARES É O SER HUMANO!!! Que usam os 25% das receitas obrigatórias para a educação em licitações seja para merenda, material didático, reforma de escolas, num negócio onde sobrepreços, corrupção, desvios são mais atraentes que a qualidade de vida e bem-estar de alunos, educadores, pais, funcionários. Esquecidos ainda que ALI SE FORMA A SOCIEDADE DO AMANHÃ. Que Deus nos ajude, pois onde deveria ser um espaço de alegria, prazer, formação de caráter, moral e ética, virou um CEMITÉRIO DE TALENTOS, terreno fértil para se formar gangues, viciados, enfim o “terreno baldio“ da falta de cidadania a latrina dos dejetos de um tempo estranho e doentio. E não adianta propagandas maciças (porque não usar essa verba para melhora das condições de trabalho) e avaliações onde o português e a matemática são usados como índices de competência. Brasil está na lanterninha mundial em educação e no último ENEM e IDEB das melhores 1.000 escolas só 3,7% eram públicas e entre as mil piores as públicas eram 95,8%.
Parem de tapar o sol com a peneira! A baixa produtividade só não diagnostica aqueles que não vivem o dia-a-dia do ensino público: as escolas estão morrendo de anemia política, de inanição por falta de investimento na saúde dos educadores, por uma juventude nociva e sem crença nos pais, lideres e sociedade em geral e pela falência do afeto e respeito dentro das escolas. TEM JEITO? Sim senhores. Escrevam emails e ajudem a construir uma nova escola com sugestões, projetos e ações. Essa “velha escola“ já está com morte cerebral!











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