domingo, 15 de novembro de 2009

SUICÍDIOS EM SÉRIE NA FRANCE TELECON: Como as pressões no trabalho levam um funcionário a tirar a própria vida.

Reprodução da Coluna Eduardo Aquino Jornal Super Notícias do dia 11/10/09


Quem leu a VEJA desta semana ou acompanhou as notícias recentes, se deparou com uma tragédia das empresas globais e competitivas: Uma seqüência terrível de suicídios entre os funcionários de uma das maiores empresas da França. Vamos entender essa história, começando lá de traz. Até o século XIX... Não havia empregos formais, nem leis, nem direitos trabalhistas. Era um trabalho desumano, quase escravo seja na lavoura ou nas primeiras indústrias, onde crianças, mulheres morriam de fome, maus tratos e abusos nas empresas.
No século XX, a partir das primeiras greves, conflitos, os trabalhadores foram conquistando direitos, humanizando o trabalho, seus salários e nessa época houve uma grande mudança: as empresas resolveram criar vínculo com seus funcionários e surgiram as “empresas - “mãe” que construíam até casas para seus funcionários, áreas de lazer, assistência a família.
Quem não se lembra das indústrias MATARAZZO, ou pais que sonhavam em ver seus filhos trabalharem no Banco do Brasil ou Caixa Econômica? Era a segurança total: não havia demissão, médicos de primeira linha, financiamento para tudo, enfim o emprego dos sonhos! E aí veio globalização, os métodos chatíssimos de Qualidade Total, Reengenharia, “Just -In –Time” executivos jovens, indiferentes, egocêntricos e vaidosos, cortando o pescoço não só dos “excedentes de mão-de-obra” mas acabando com carreiras de 20 – 30 anos, dos funcionários que “vestiam a camisa e davam a alma pela empresa-mãe”. E para piorar veio a privatização em massa com seus prós e contras, mas com sua ganância financeira, substituindo homens por robôs, funcionários viraram “máquinas humanas descartáveis”. Perdeu-se aí, talentos, sabedoria, culturas impagáveis e surgiu o mundo globalizado onde não há rostos, mentes ou almas e sim números, lucros, e guerras por mercado, vaidade de lucros financeiros, estraçalhar concorrência, engulir empresas pequenas. Sim, este mundo cão, sem ética, sem moral com arranjos corruptos e viciados do setor público com o privado, a praga da terceirização onde “ninguém é de ninguém” resultou em ambientes de trabalho “envenenados” pela desconfiança, ciúme, inveja, pressão por resultado, medo de desemprego, assédios morais, sexuais, fofocas, terrorismo de uma nova onde de dispensa... Ufa!
É o INFERNO em vida! Daí a adoecer, “chutar o balde”, ou como na França e Japão chegar ao extremo do suicídio é um pulo!!! Será que as empresas não vão perceber o alto custo que a falta de humanização e ausência de investimento na qualidade de vida produz? Será que investir no ser humano é despesa?
Com a palavra, as empresas....







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