terça-feira, 24 de novembro de 2009

Livro Dr. Eduardo Aquino
MANUAL DO EDUCADOR TERAPÊUTICO



Apresentação

Acompanhar as questões comportamentais nos dias atuais não é fácil. O excesso de tecnologias, os multimeios, tv, internet, jornais, celulares nos bombardeando de noticias de natureza negativistas na maioria delas, a competitividade que nos faz trabalhar em casa com emails profissionais, celulares que não param de tocar, o transito nos roubando horas preciosas do nosso cada vez mais exprimido dia-a-dia, nos aponta uma falência afetiva e a precariedade das nossas relações interpessoais. E para “entornar o caldo“, pais cada vez mais ausentes, muitas vezes separados, oprimidos pelo trabalho e as dificuldades financeiras, perdem o rumo quando o tema é educar, dialogar, contribuir para a formação estudantil, do caráter, da cidadania, moralidade e ética de seus filhos. Convenhamos que não está fácil nos equilibrarmos em meio a tudo isso. Este livro visa colaborar trazendo aspectos mais relevantes e práticos no que diz respeito à CIÊNCIA DO COMPORTAMENTO, vista à luz da psiquiatria, das neurociências, da ecologia humana, abordando conceitos básicos, orientações, exemplos práticos. Pretende ser um pequeno manual, ponto de partida para os que estejam precisando “de um S.O.S“ do tipo: O que eu faço com meus filhos? Ou motivar a aprofundar algum dos temas propostos aqui com leituras mais profundas e técnicas. Seja como for, é hora de resgatar o afeto, a comunicação, o relacionamento pais- filhos, educadores- alunos, essencial para um lar e escola sadios.


CAPITULO I

UMA NOVA VISÃO DO SER HUMANO

As quatro dimensões da vida, conceito de saúde e doença.

A compreensão da natureza humana é premissa básica daqueles que habitam esse fabuloso planeta. Deveria ser aprendizado básico de todo ser humano, sempre envolvido em conflitos constantes desde os primórdios: ódios, violência, disputa pelo poder, medos, opressão, culpas, angustias, vaidades, diferenças raciais, sócio-econômicas, religiosas e, por aí vai.
Mas reconheçamos que também somos criativos, inteligentes, ágeis, capazes de inventar, descobrir, transformar e evoluir nessa sucessão de “dias luminosos e noites trevosas“ que caracteriza a historia da civilização com seus altos e baixos, expansão e retração, guerra e paz, nessa árdua trajetória existencial.
Como esse ideal de compreensão é ainda meramente um sonho inatingível nos tempos atuais, alguns de nós teremos que liderar essas transformações que resultarão no surgimento de um novo tempo, um novo mundo. Assim, caberá essa tarefa àqueles que, vocacionados, estarão em constante contato com “gente“. Seres em busca de educação, cultura, saúde, cuidados com a natureza (ecologistas), bem como os que buscam moradia, trabalho, dignidade e cidadania.
Médicos, educadores, artistas, assistentes sociais, psicólogos – profissionais da saúde em geral - enfermeiros, odontólogos, técnicos, paramédicos, biólogos, bioquímicos e outros, terão o papel fundamental, pois são formadores e orientadores, a quem cabe a difícil tarefa (ás vezes árdua e incompreendida, porque não dizer também, pouco valorizada) de dar as bases essenciais aos jovens, aos adultos e aos idosos, e que os conduzam a uma existência plena e digna, que gere cidadãos conscientes do sentido divino, que rege a vida humana, na sua busca constante de evolução.
Vamos então mergulhar nas quatro dimensões básicas que caracterizam o ser humano:

1- O CORPO:
Existe algo mais antigo que o corpo? Evoluindo há milhões de anos, vem digerindo alimentos pelo sistema gastrointestinal, que separa o melhor e excreta o que não serve. Trocando o gás carbônico pelo oxigênio através do sistema respiratório, bombeando ininterruptamente sangue pelo corpo afora. Filtrando o mesmo sangue e eliminando escórias pelo sistema renal e urinário.
O certo é que o corpo se mantém muito bem (a menos que tenha lesões, câncer, traumas), até mesmo quando o cérebro morre e a mente silencia. Um exemplo? Na morte cerebral, a pessoa passa a ter vida vegetativa. Embora exista um coração batendo e um pulmão respirando, o corpo ficará eternamente inerte e o sistema neurovegetativo ou sistema nervoso autônomo manterá a vida. E o corpo, do ponto de vista clínico, funcionará até “melhor“ – sem taquicardias, dores, falta de ar, oscilação de pressão, colites nervosas e desconfortos, pois foi desconectado do plano mental, e não há comando cerebral.
Que mistério é esse? Um ser com morte cerebral, mente inexistente, sem a energia da fé e que segue “vivendo”?
Agora reflitamos: coração disparado, falta de ar, tonteiras, colite nervosa ou prisão de ventre, dor no corpo, suor, náusea, vômito, formigamento, aperto no peito, hipoglicemia e tudo mais não seria conseqüência de um erro na forma da mente pensar a vida? Por temer excessivamente a morte, o câncer, por medo de adoecer e sofrer sofre-se por antecipação. É o temor do futuro. A mente sobrecarrega o cérebro e maltrata o corpo.
Afinal, os sintomas físicos são um alarme! Informa que estamos com sofrimento mental, desgastando o cérebro e desregulando o sistema nervoso autônomo ou neurovegetativo. O alarme pode soar na forma de diarréia, enxaqueca, taquicardia, falta de ar entre outros distúrbios, e na verdade, o corpo e os sintomas físicos apenas denunciam o estresse, a “pensação“, as preocupações antecipatórias.
As melhores faculdades de medicina avaliam que, em cada dez clientes nas diversas especialidades médicas, sete a oito apresentariam realmente problemas que se expressam o corpo, mas todos de origem psíquica. E alertam: estamos pedindo exames demais para diagnósticos de menos e operando de cinco a seis pacientes sem necessidade. Falta uma visão mais universal do ser humano. O importante não é investigar exaustivamente o coração que dispara e sim quem tem o coração que dispara: se é feliz no trabalho, no casamento, se tem uma existência gratificante ou se está insatisfeito com o seu modus vivendi.
Vamos então rever essa busca exaustiva e frustrante de investigar sintomas e tentar entender nossas queixas físicas como um apelo desesperado da mente e da alma, a nos dizer: “Não estou satisfeito comigo mesmo e com meu estilo de vida“.
Sim, o corpo fala! Denuncia a angustia, a falta de prazer, a falta de fé. Mas o sintoma é apenas palco onde a alma, a mente e o cérebro representam para podermos renovar nossos projetos, rever nossos valores, nossos conceitos e resgatar a alegria, o prazer e a fé em nossa vida. E assim recuperar a saúde física, mental e existencial.
O corpo nada mais é que o resultado de um encontro divino da poeira cósmica – carbono, hidrogênio, oxigênios, potássio e todos os elementos contidos na tabela periódica que aprendemos na química do 2º grau. É um empréstimo daquilo que está em nós, mas não é nosso pertence ao universo e nunca morre, embora se recicle sempre, se transmuta eternamente em mineral, vegetal, animal, provando a inteligência universal de Deus.

MENTE SOBRECARREGADA (Pensação) > CEREBRO HIPERFUNCIONANTE (Desgaste) > SINTOMAS FÍSICOS (com exames normais)

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